Que medidas, presidente?

29/12/2016 às 19:26.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:15

O aumento do desemprego em novembro, embora chocante, era esperado pelo que a sociedade sentia. Sim, ainda respiramos efeitos de ações erradas, ou a falta delas, na gestão passada que permitiu que o país chegasse nessa situação, mas já se passaram mais de seis meses do governo de Michel Temer e pouca coisa de prático foi implementado em relação à proteção de empregos. Os programas em vigor são praticamente os mesmos que Dilma Rousseff já havia iniciado. De resto, muita questão burocrática ou que envolve governos, com poucos resultados na iniciativa privada, que abriga a maioria dos trabalhadores. 

Em pronunciamento após a confirmação das imensas dificuldades que o brasileiro passa hoje, Michel Temer demonstrou otimismo e previu dias melhores a partir do segundo semestre do ano que vem com as medidas. Queridos, em outras palavras, quer dizer que a situação não vai melhorar em curto prazo. Além disso, podemos perguntar, caro presidente: Quais medidas já deverão ter efeito? 

Se o que foi anunciado até agora tivesse um poder tão grande de reverter o fechamento de vagas de trabalho, os empresários não demitiriam tanto como em novembro, que perdeu somente para março deste ano no quesito cortes. As outras ações foram postergadas para fevereiro, já que muitos dos nossos políticos estarão de férias não-forçadas, ao contrário de mais de 1 milhão de pessoas dispensadas em novembro. 

O que 12 milhões de pessoas desempregadas e outras milhões que ainda têm emprego querem ouvir, presidente, é como as medidas que foram tomadas vão fazer as empresas reabrirem os postos de trabalho ou, no mínimo, mantê-los. Desvinculação de receitas, socorro aos Estados, liberação do FGTS de contas inativas, reforma da Previdência terão qual efeito prático no emprego do cidadão comum? Abrirão quantos postos, farão quantas empresas retomarem a produção, em quais setores, em quantos pontos percentuais? Esperava-se ouvir, após seis meses de trabalho, algo mais concreto, estudando, previsto em planilhas.

Se, em fevereiro, vamos ainda retomar conversas para fazer estudos para apresentar um plano pra ser discutido, não há como não temer que 2017 será apenas uma continuação de 2016, e o Brasil seguirá estancado.
 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por