Responsabilidade em transportar vidas

18/05/2018 às 21:27.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:55

  Reclamações de usuários sobre o serviço de ônibus em Belo Horizonte são recorrentes há décadas. A clientela se queixa de atrasos, superlotação, precariedade dos veículos e, sobretudo, dos valores das tarifas, que não fariam jus ao serviço prestado.  Números divulgados ontem pela BHTrans, autarquia municipal responsável pela fiscalização do transporte público, revelam que os usuários têm motivos de sobra para se preocupar com as más condições da frota que transporta milhões de pessoas pela capital. Dos 2.157 ônibus avaliados pela BHTrans, de janeiro a março deste ano, quase metade – 1.033 – não passou no teste e as empresas foram multadas por conta das irregularidades encontradas, como falta de equipamentos de segurança, más condições dos pneus, problemas recorrentes nos elevadores, nos freios das portas e nas placas indicativas de itinerário. O trabalho da BHTrans é preventivo de acidentes e obriga as empresas donas dos veículos encontrados “em não conformidade” a fazerem as adequações necessárias, que garantam a segurança dos usuários. Ônibus deficitários são retirados de circulação até que o problema seja resolvido.  A ação fiscalizatória é fundamental para garantir que a prestação do serviço à população seja adequada, sem riscos para o cidadão. Também estabelece parâmetros para as empresas concessionárias. Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) alega que 1.033 multas recebidas por conta de irregularidade nas condições dos veículos não representam nem 0,05% das mais de 2 milhões de viagens realizadas no período.  A porcentagem pode ser considerada pequena, sim, mas é preciso considerar que risco de acidentes com um ônibus apenas coloca em risco a vida de muitas pessoas. Em fevereiro deste ano, por exemplo, problema no sistema de freios em um coletivo no Barreiro causou acidente que matou 5 pessoas e ainda deixou 18 feridos. Vale lembrar que falha mecânica pode ser evitada com a manutenção periódica dos veículos, o que nem sempre as empresas fazem. Não sem pressão.  

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