Sem educação para cuidar do lixo

26/12/2017 às 06:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:26

“A produção de lixo de um país é equivalente ao seu desenvolvimento”, declarava há pouco mais de cinco anos o Banco Mundial em preocupante relatório sobre os resíduos urbanos. Conforme a entidade, o consumismo presente nos países mais ricos promove crescimento exacerbado da geração de lixo, seja ele orgânico ou reciclável. 

Atualmente, de acordo com instituição internacional, os moradores dos Estados Unidos – considerado um dos países mais desenvolvidos do mundo – produzem até três vezes mais lixo que os do Brasil, por exemplo. No entanto, é difícil imaginar as ruas das nossas metrópoles limpas ou pelo menos organizadas como as dos norte-americanos. Pode-se dizer que a diferença entre as duas nações passa pela consciência do descarte correto do lixo.

Por aqui, exemplo da falta de entendimento sobre o assunto ou mesmo da ignorância de que este é um grave problema é o que vem ocorrendo com as 33 Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes (URPVs) da PBH. 

Os locais, projetados para receber entulho, pneus e outros objetos que podem ser reciclados ou reaproveitados, são alvo de depredação, viram ponto de consumo de drogas, e, ainda por cima, recebem lixo orgânico.

Os resíduos produzidos a partir de origem vegetal ou animal entram em processo de decomposição por bactérias e fungos e, além do mau cheiro, são campo aberto para a proliferação de animais peçonhentos e outras pragas urbanas. 

Na época de chuvas – na qual estamos plenamente –, quando eclodem os ovos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika, o lixo acumulado (não só o orgânico, mas os resíduos sólidos também) é morada certa desses insetos.

Em 2017, os casos dessas doenças não foram significativos quando comparados aos do ano anterior. No entanto, a população precisa assimilar de uma vez por todas que os cuidados devem ser constantes. 

Essas pragas são sazonais e dependem diretamente do descaso humano para reprodução. Se em um ano as ocorrências não alarmam a população, a guarda baixa e a água acumulada volta para pratinhos, pneus e lixo parado. O resultado é um ano seguinte com explosões de casos e, o pior, de mortes. 

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