Tá sobrando dinheiro em Minas?

16/12/2016 às 21:46.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:07

As crise parece não ter chegado a algumas cidades mineiras. Muitas aprovaram nos últimos dias um aumento considerável nos salários de vereadores, secretários, prefeito e vice-prefeito. Mesmo os reajustes sendo válidos apenas para o ano que vem, essa uma verdadeira afronta à população que sofre com o desemprego que atinge praticamente todos os setores da economia, além da já tradicional ineficiência dos serviços públicos. 

As justificativas são as mesmas, correções de perdas e o vínculo do vencimento com os salários dos deputados federais. Outras administrações nem se dão o trabalho nem de se pronunciar. Afinal, não há nada de ilegal, certo? 

Não. Errado! O fato de um ato ser legal não quer dizer que ele seja, também, oportuno. Além disso, o uso da referência de um salário maior é um teto, não uma obrigação.

Político que tem um verdadeiro espírito público prioriza o bem-estar da população e pensa por último no benefício próprio e dos colegas de partido. No Brasil, costumeiramente, ocorre o contrário. 

Há uma cidade da região metropolitana de Belo Horizonte que o prefeito que irá assumir o mandato no dia 1º de janeiro receberá R$ 21 mil por mês, R$ 10 mil a mais que o gestor atual recebe. O do vice-prefeito também foi reajustado em 80%, e o dos vereadores, 75%. 

Com esse custo maior à máquina pública, concluímos que se trata de uma cidade que não enfrenta problemas com a crise econômica. As contas da prefeitura devem estar em dia. Naturalmente, é de imaginar que todos os serviços públicos dessa cidade estão funcionando perfeitamente. A educação deve ser referência, com ótima estrutura e professores bem pagos. 

Postos de saúde, hospitais e clínicas devem ter um atendimento exemplar, sem demora na marcação de consultas e na realização de exames de alta e baixa complexidade. Com esses aumentos, é claro que há médicos suficientes e ninguém fica sem atendimento. Mesmo com essa chuva toda, não deve haver buracos nas ruas nem famílias vivendo em áreas de risco. 

Descubra nesta edição, nobre leitora ou leitor, qual é essa cidade e saiba ainda de outros municípios que também aumentaram os gastos com salários de políticos. Quem sabe você até consiga se mudar para uma delas e fugir dessa crise que assola o país. Aliás, parte dele.

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