As relações de trabalho passam por uma reformulação, no Brasil e no mundo. Os avanços tecnológicos, os novos ambientes de interação social, as diferentes demandas da sociedade resultaram no aparecimento de novas profissões e também mudaram a forma de trabalhar.
É compreensível e até louvável que o serviço público, tido como burocrático e avesso a evoluções, também acompanhe essas inovações e busque novas formas de produzir resultados e prestar serviço ao cidadão.
A instituição do trabalho em casa em alguns órgãos governamentais pode ser uma boa opção para aumentar a produtividade. Hoje, nas grandes cidades, perde-se muito tempo no trânsito. Perde-se também a tranquilidade e o trabalhador já chega ao local de labuta estressado, o que certamente influencia nos resultados do seu esforço.
Claro que não são todos os postos de trabalho que podem ser transportados para dentro de casa. Não há como atender ao público de longe, assim como há problemas que só podem ser resolvidos pessoalmente. Mas alguns serviços, mais burocráticos ou feitos exclusivamente por computadores, dispensam a presença física do trabalhador. Se todo mundo for pensar bem, não faz sentido ir ao trabalho só para usar uma ferramenta que você também tem acesso em casa.
As maiores questões para o bom funcionamento de qualquer <CF24>home office</CF> são ter disciplina, por parte de quem trabalha, estabelecer metas, em conjunto, e usar ferramentas de controle da produtividade, por parte do empregador. E hoje é bem mais fácil fazer essa fiscalização, até mesmo de modo remoto.
Muita gente pode achar que um servidor público nessa situação “não vai trabalhar” ou “não vai se dedicar”. Primeiramente, essa observação é carregada do preconceito de que todo funcionário público trabalha menos do que o necessário. A maioria, ao contrário, trabalha muito mais do que pode, para cobrir as históricas falhas de gestão das nossas administrações. Esses pagam pelo erros de poucos.
Além disso, as pessoas passam a ser cobradas pelo resultado do trabalho, assim como ocorre com a maioria dos trabalhadores da iniciativa privada.
Com ferramentas de aferição de produtividade e fiscalização, trabalhar em casa tem tudo para dar certo no serviço público.