Transferindo o problema de lugar

16/01/2017 às 20:19.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:26

A decisão da PBH de escalar guardas municipais para fazer a segurança dentro de ônibus da capital levanta mais uma polêmica envolvendo o serviço de transporte coletivo da capital. O cidadão precisa ter a sua segurança garantida, mas além de ser um policiamento localizado, restrito a algumas linhas, os servidores que serão escalados deixam de fazer a guarda nas ruas e do patrimônio municipal. 

Primeiramente, devemos discutir de quem é a responsabilidade pela segurança de passageiros e trabalhadores do transporte coletivo municipal. Ora, se você usufrui daquele serviço ofertado, que é cobrado, a prestadora também deveria ser responsável pela sua segurança de quem é transportado. A empresa também é responsável pela integridade física de seus funcionários no ambiente de trabalho. Aos agentes públicos de segurança cabe a responsabilidade de zelar pelos cidadãos em ambiente público, como no caso dos pontos de embarque e desembarque. 

Dentro dos ônibus, o que os guardas municipais fazem é assumir um trabalho que não deveria ser deles. A proteção no interior dos coletivos deve ser feita por que é dono do coletivo, já que, estando lá, os seguranças públicos também protegem bens das empresas. 

O segundo ponto de discussão diz respeito à estratégia. De acordo com a PBH, os primeiros policiamentos estão sendo feitos em linhas das avenidas Antônio Carlos e Nossa Senhora do Carmo, onde foram registrados os maiores números de casos, e no horário da noite. 

Ladrão não anda com plaquinha de identificação, podendo se misturar com passageiros comuns, e é claro que ele não vai se arriscar a cometer o crime com a presença dos guardas. O risco da medida é os bandidos somente migrarem para outros corredores e outras linhas. 

O mais correto seria uma ação estratégica, envolvendo um reforço de segurança nos ônibus, com investimento das concessionárias, e um trabalho de investigação com apoio das forças para poder desarticular toda a rede criminosa, envolvendo tanto os autores dos furtos e assaltos, passando pelos receptadores e pelos revendedores dos produtos

Se o problema não for tratado de forma ampla, vamos apenas transferi-los para outros linhas e outros corredores, fazendo outras vítimas diárias. 

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