Os recentes casos de violência contra a mulher, que ganharam a mídia nos últimos dias, têm mostrado maior conscientização, coragem e mudança de comportamento das mulheres, que não suportam mais serem vítimas de agressões, principalmente de companheiros, ex-companheiros, maridos, ex-maridos, namorados e ex-namorados. No dia 24 de fevereiro, o cantor Victor Chaves, da dupla Victor & Leo, foi denunciado por sua mulher, Poliana Bagatini, por tê-la agredido fisicamente no apartamento em Belo Horizonte. Ele chegou a ser afastado do programa “The Voice kids”, da Globo, e foi indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais.
No final de março, outro caso que chamou a atenção foi o que envolve o ator mineiro José Mayer. Ele é acusado pela figurinista assistente da novela “A Lei do Amor”, Suslem Meneguzzi Tonani, de 28 anos, de ter tocado as partes íntimas da global sem o seu consentimento. Em carta, Mayer assumiu a atitude machista, afirmando que errou e pediu desculpas aos colegas e à população. Ontem, um grupo de funcionários, colaboradores e executivos da TV Globo se manifestou contra o assédio sexual, usando camisetas com as inscrições “Mexeu com uma mexeu com todas”, acompanhada da hashtag #chegadeassedio.
Dados da Secretaria de Estado de Defesa Social divulgados no Dia Internacional da Mulher (8 de março) mostram que, apesar do recuo, a violência física ainda predomina entre os principais tipos de agressões em Minas, atingindo 29.817 casos no primeiro semestre de 2016, ante 31.393 em igual período de 2014. Já a psicológica, ficou em segundo lugar, com 27.645 registros (2014) e 26.530 (2016). Mas a violência sexual manteve alta: 933 casos nos seis primeiros meses do ano passado contra 879 em igual semestre de 2014.
Ao longo de décadas, o movimento feminista conseguiu importantes conquistas com a Lei Maria da Penha (11.240/2006), que criou mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar. Outro avanço foi o entendimento do Supremo Tribunal Federal que considerou que os crimes de lesão corporal contra as mulheres independem de representação da vítima. Vários estados, como Minas, contam hoje com importantes redes de atendimento e proteção a essas mulheres, para que tomem coragem e levem à frente as denúncias de agressão. Vamos dar um basta na violência!