Um país sem combustível

21/05/2018 às 20:53.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:11

 O protesto nacional dos caminhoneiros autônomos, que não são ligados a transportadores, contra o reajuste de 25% no óleo diesel em menos de um ano mostra que a categoria chegou ao limite. Quer dar um basta em tanto aumento, que torna a atividade inviável para quem transporta cargas pelas nossas estradas, uma vez que o diesel representa quase 50% dos custos dos negócios.  A alta tributação também revolta os trabalhadores. Segundo as entidades que os representam, 43% do preço do diesel na refinaria vem do ICMS, do PIS, da Cofins e da Cide. Tributos esses que vão para os cofres do governo, com pouco ou nenhum investimento nas rodovias brasileiras – grande parte encontra-se em estado precário, colocando em risco a vida dos motoristas. Houve bloqueio em várias rodovias. Na BR-262, em Juatuba, Região Metropolitana de Belo Horizonte, manifestantes chegaram a incendiar pneus para impedir a passagem de veículos. O óleo diesel representa 42% dos custos dos negócios. E pensar que os profissionais gastam também com a manutenção dos veículos que circulam milhares de quilômetros pelas rodovias brasileiras, muitas delas esburacadas, sem acostamento e sinalização adequada. Pouco sobra para esses trabalhadores, e certamente nesta matemática quem arca com boa parte do custo acaba sendo o consumidor final, já onerado pela alta da energia – prestes a subir mais 25% –, da alimentação, do gás de cozinha, da água e de outros itens imprescindíveis para a sobrevivência.  Os caminhoneiros devem dar um basta, assim como todos os mineiros que usam o carro como meio de transporte. Desde julho do ano passado, a gasolina subiu no Estado oito vezes mais que a inflação. A revolta contra a alta dos combustíveis mobiliza o Planalto e o Congresso Nacional, que prometem discutir uma saída para por fim aos reajustes constantes. Já passa da hora de uma saída para aliviar o bolso da população. 

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