Verba para municípios ainda é insuficiente

24/11/2017 às 22:47.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:53

Não é de hoje que se tem falado sobre o aperto financeiro dos municípios brasileiros. Assim como grande parte da população, os cofres municipais sofreram um baque desde que a crise econômica pegou o país de jeito. 

Menos emprego e menos renda resultam em um consumo menor. O varejo deixa de vender e as indústrias, de produzir. Também diminuem as contratações no setor de serviços. Com isso, a arrecadação de impostos vai só diminuindo. Igualmente afetados, os repasses dos governos estadual e federal vão minguando. 

O fim de 2017 se aproxima e o drama para os gestores municipais promete ser pior ainda que o vivido no ano passado. Em 2016, com o pires na mão e a corda no pescoço, prefeitos de todo o país contaram com o dinheiro do repasse do Refis, o programa de refinanciamento de dívidas colocado em prática pela União, para saldar o 13º salário dos servidores municipais. Neste ano, entretanto, não há essa salvação. 

Após caravana de prefeitos a Brasília, o presidente Michel Temer se comprometeu a fazer um repasse complementar de R$ 2 bilhões aos municípios no início do mês que vem. Desse total, cerca de R$ 250 milhões devem ser destinados aos caixas das cidades mineiras. O valor vai ajudar a regularizar a folha de pagamento em algumas delas ou pagar parte do 13º do funcionalismo em outras. 

Os prefeitos, no entanto, consideram que a ajuda, apesar de muito bem-vinda, é insuficiente para quitar o benefício de fim de ano e outros compromissos tidos como inadiáveis. O desejo era um montante mais robusto, na casa dos R$ 4 bilhões. 

Diante do tamanho do abacaxi que os prefeitos têm pra descascar, o presidente da Associação Mineira dos Municípios (AMM), Julvan Lacerda, diz que o repasse da União representa apenas um pingo d’água jogado numa chapa quente. Ou então um remédio para dor de cabeça para alguém que sofre uma hemorragia. Em Moema, cidade que governa, por exemplo, o valor do repasse dará apenas para cobrir um terço da folha de pagamento, diz ele.

De qualquer forma, vale aquele ditado: antes um pássaro na mão do que dois voando. A saída é fazer o dinheiro render, aplicá-lo bem e torcer para que outros recursos cheguem a tempo de o servidor ter um Natal tranquilo, como merece. 
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