Valorização indispensável

18/09/2016 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:52

Olá amigo da cozinha, 

Meu assunto de hoje é a academia e a importância das escolas de gastronomia no desenvolvimento e aprimoramento do mercado mineiro e brasileiro.

Há poucos dias, uma polêmica invadiu as redes sociais quando um conhecido profissional de São Paulo apareceu criticando as escolas e afirmando, do alto de sua arrogância, que para se obter sucesso como chef os cursos não são importantes, mas sim a capacidade de gestão de negócios.

Muitos comentários discordando, alguns até indignados e outros poucos concordando com as colocações deste senhor, que atribui seu sucesso como sushiman, dentre outras coisas, à sorte.

Chamo a atenção para uma ligeira miopia do consagrado chef e de alguns que corroboram com essa opinião, pois não conseguem enxergar a gastronomia além do brilho das facas e panelas ou do calor dos fogões, como se as cozinhas fossem as verdadeiras e únicas representantes desse segmento. 

Um segmento que oferece uma infinidade de oportunidades e alternativas, “menos nobres” talvez, como parecem acreditar essas pessoas que concordam que o bom chef pode abrir mão do conhecimento acadêmico. Além do mais, os alunos das principais escolas hoje não se miram apenas nos restaurantes, como afirma o profissional paulistano.

Pois é, amigo, como guardião do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável – ODS – Educação de Qualidade, honraria a mim confiada pela Frente da Gastronomia Mineira, me sinto na obrigação de abominar esse tipo de posicionamento, especialmente num país onde um dos principais fatores que impedem de nos tornarmos uma grande potencia mundial é a pouca atenção dada a educação. 

Quem dera tivéssemos a educação como prioridade como fez a China que, em poucos anos apostando no conhecimento de suas crianças e jovens, hoje se encontra na ponta do desenvolvimento mundial. 

É obvio que para se ter sucesso, também na cozinha, não basta estudar numa boa escola, nem tampouco ser um grande empresário, se o sucesso for enxergado como um conjunto de realizações e resultados, inclusive o financeiro.

Aproveito essa polêmica para exaltar os cursos de gastronomia de BH, em especial as Faculdades Promove, UNA e Estácio de Sá, pelo engajamento nas causas sustentáveis abraçadas por seus alunos e professores. Em várias oportunidades, eles têm acompanhado a mim e a outros profissionais nos eventos pelo Estado, deixando importante colaboração para alcançarmos esse patamar que nos encontramos no contexto nacional e internacional. 

Não somente como dispostos colaboradores e auxiliares nas cozinhas, mas principalmente nas pesquisas e na divulgação de nossa cultura, conceitos transmitidos por seus professores e coordenadores de cursos que, ao contrário daquele crítico profissional, percebem a gastronomia como um segmento que extrapola as cozinhas.

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