Cidades-irmãs, parceria pelo fortalecimento dos municípios

22/09/2017 às 16:59.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:41

 Participei em Washington de uma reunião com Kate Bentley, chefe da divisão do governo norte-americano que cuida especificamente do projeto de cidades-irmãs. Para quem não está familiarizado com o tema, a iniciativa das cidades-irmãs é global e tem o objetivo de aumentar o intercâmbio entre cidades que têm pontos em comum. Por meio do incremento de tais afinidades, surgem oportunidades de negócios e de maior proximidade entre essas metrópoles.

Me chamou a atenção o interesse que os americanos têm no estabelecimento desse tipo de intercâmbio. Eles entendem que o projeto das cidades-irmãs é ferramenta extremamente útil em uma economia globalizada, que põe em contato direto, sem intermediários, as administrações dessas cidades, agilizando a troca de informações, a criação de intercâmbios educacionais, parcerias comerciais e industriais e de outras iniciativas conjuntas.

Em resumo, mesmo fora da esfera de poder federal, há muito o que pode ser feito para a consolidação das relações internacionais e beneficiar a economia local. Em um período de grave crise econômica, como o que o Brasil enfrenta, o fortalecimento dos municípios é um caminho promissor para a superação dessas dificuldades, no qual devemos investir. Por isso, temos que apoiar, valorizar e ampliar o projeto das cidades-irmãs, fortalecendo a sustentabilidade local e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos munícipes.

BH hoje tem 16 cidades-irmãs, espalhadas por vários continentes, e participa da iniciativa desde 1965. Coincidentemente, foi um município norte-americano, Austin, no Texas, o primeiro a se tornar cidade-irmã de nossa capital. Depois, BH firmou o mesmo tipo de parceria com Minsk (Bielorrússia), Tegucigalpa (Honduras), Porto (Portugal), Nanjing (China), Homs (Síria), Trípoli (Líbia), Belém (Cisjordânia), Luanda (Angola) e Lagos (Nigéria), entre outras.

Como se vê, há uma grande diversidade de interesses econômicos, logísticos e culturais nessas parcerias, que vai desde o polo tecnológico de Austin à localização estratégica de Lagos, um dos portos mais movimentados da África. Mas para que estes interesses se transformem em realidade, é necessário que os administradores municipais ajam de forma contínua para tornar sustentável a iniciativa das cidades-irmãs. De nada adianta BH ter 16 cidades-irmãs se não há esforço e investimento para obter os melhores resultados com tais parcerias. 

Vou pedir o detalhamento da situação de todas as parcerias que a capital firmou no âmbito das cidades-irmãs e verificar se há novos acordos desse tipo em encaminhamento. Assim, terei um diagnóstico preciso do quadro e poderei, como legislador e fiscal do Executivo, propor medidas que tornem mais efetiva a presença de nossa cidade nesse movimento global. Esta é uma oportunidade que BH não pode deixar passar.

  

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