Dom Hélder Câmara e a teologia da libertação

25/08/2017 às 17:23.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:16

 lder Pessoa Câmara (1909-1999), bispo auxiliar do Rio de Janeiro, que foi transferido para o nordeste do país e se tornou arcebispo metropolitano de Olinda-Recife. Este ítalo-brasileiro também é lembrado como um dos grandes defensores da chamada “Teologia da Libertação”.

Quando se fala da participação de cristãos na política é importante entender o que foi a Teologia da Libertação. Condenada pelo Vaticano em 1984, mas atualmente “reabilitada” pelo Papa Francisco a “Teologia da Libertação” é explicada pelo peruano Gustavo Gutiérrez, padre fundador desta corrente da seguinte forma: “O que entendemos como Teologia da Libertação é o envolvimento no processo político...”. Gutiérrez  explica o sentido e o por que desta participação: “Só indo muito além de uma sociedade dividida em classes. (…) só eliminando a propriedade privada da riqueza criada pelo trabalho humano nós seremos capazes de estabelecer as bases para uma sociedade mais justa.”

Esta nova visão proposta pela “Teologia da Libertação” e também divulgada pelo Papa Francisco, engloba várias correntes de pensamento que interpretam os ensinamentos de Jesus Cristo em termos de uma “libertação”, ou condições mais justas, sejam elas econômicas, políticas ou sociais.

Para também homenageá-lo, recorro às palavras que li de Dom Helder que se fazem atuais mesmo 19 anos após sua morte. Ele dizia algo mais ou menos assim: “Que vai haver levante pela justiça, isto vai. Ninguém suporta a desigualdade e a falta de honestidade por muito tempo. Os cristãos não querem ódio em seus corações. Eles sabem que o ódio é o contrário do amor. Deus é a representação máxima do amor, e o ódio, bem como a ganância, podem ser consideradas o anti-Deus, o oposto de tudo que é bom. As pessoas religiosas de bom coração sabem que violência atrai violência. E sabem que é loucura apelar para as armas. Pessoas que acreditam em Deus e no amor possuem armas diferentes. Elas creem na justiça. No direito de cada um, não para pisar em outros, mas para não deixar que ninguém venha a pisar nos direitos do povo. ‘Presentes’ estes que não são nem do governo, nem dos ricos. São presentes do Criador e do Pai, que em seu amor sempre desejou uma sociedade bem mais justa. ”

Portanto, a sociedade clama por homens de fé, que acreditam muito mais no bem social do que no bem pessoal. E estas pessoas como um chamado tem se unido a política.Justamente por atuar durante anos na busca pela justiça, defender direitos e trabalhar em obras sociais é que fui convidado a concorrer e fui eleito vereador. Eu tenho fé em uma BH maior e melhor. Mas, falaremos mais sobre fé, política e justiça em uma próxima oportunidade. #AcordaBH.

  

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