Mortes no anel rodoviário: tragédia ou omissão?

03/07/2017 às 17:27.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:22

Quando falamos do Anel Rodoviário em Belo Horizonte o que vem em nossas mentes são as inúmeras tragédias. Quantas vezes ouvia dizer que algo de muito triste tinha acontecido perto da minha casa, na região dos bairros Betânia e Olhos D’Água. Ainda criança fiquei com essas tristes memórias.

Em abril deste ano me deparei com mais um acidente grave no Anel, e as indesejáveis lembranças vieram à tona levando-me, então, a pensar como agir. Imediatamente solicitei a criação de uma comissão parlamentar especial para tratar do assunto na Câmara dos Vereadores. Mesmo sabendo que o Anel é parte de uma rodovia federal, algo acima do âmbito municipal, não podia ficar inerte quando, por mais uma vez, vidas se perdiam.

A comissão foi criada, uma audiência pública realizada e documentos e esclarecimentos foram solicitados. Recentemente visitamos a concessionária Via 040, que é responsável por parte da extensão do Anel Rodoviário, especificamente da área acima descrita. Mesmo estando no início dos estudos, apresentei uma sugestão que já vem sendo aplicada em São Paulo e Santa Catarina, que são as chamadas ÁREAS DE ESCAPE. Uma ideia simples que salva vidas, e é uma chance de sobrevivência para o caminhoneiro e todos os que estiverem no local, se houver falha nos freios. Esta pequena solução parece emergencial e é algo que, a principio, será um paliativo, até a reforma do Anel Rodoviário ou a criação do Rodoanel. 

Implementar uma sinalização mais eficaz, colocar em funcionamento pleno os radares, além da fiscalização quanto ao posicionamento dos veículos pesados à direita da via, já deveriam ter ocorrido. Porém, há um grande entrave. Quando a Via 040 ganhou a concessão, por 30 anos, prorrogáveis por igual período, o edital 06/2013 previa uma série de intervenções nos quase 900 km de rodovia concedida. Mas pasmem: EM RELAÇÃO AOS 10,5 KM 

DO ANEL RODOVIÁRIO NÃO EXISTE NENHUMA OBRA VIÁRIA PREVISTA. 

Me pergunto até agora o motivo de nenhum dos 53 deputados federais mineiros da época terem pelo menos a curiosidade de ler o referido edital para influenciar e solicitar que fossem colocadas obras para o referido local. Obras tão necessárias e urgentes.

A situação atual do Anel é fruto da irresponsabilidade e omissão de antigos governantes. Está na hora de fazer direito, está na hora de fazer com respeito. É um direito do cidadão ter ruas e rodovias seguras para se deslocar. É um dever do Estado sinalizar, planejar e fiscalizar o trânsito. Vamos exigir que os responsáveis tomem providências. A vida pede passagem e todos nós podemos ser vítimas da omissão. É contra isso que precisamos lutar. #acordabh.

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