A eleição acabou

22/04/2017 às 19:12.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:14

Nos últimos dias, as redes sociais ficaram congestionadas com mensagens eleitorais. Os internautas manifestaram suas preferências e convicções ideológicas. Muitos adotaram a linguagem da intolerância e do preconceito, distribuindo gratuitamente suas ofensas.

No artigo da semana passada, publicado algumas horas antes da eleição, eu disse que qualquer que fosse o eleito seria Sua Excelência o ou a Presidente da República. E, na condição de vencedora, a Excelentíssima Senhora Dilma Rousseff há de ser assim tratada e respeitada.

Deixemos, pois, em paz nossos irmãos do Nordeste, de Minas e do Rio de Janeiro, por exemplo. Não permitamos que as convicções políticas custem inimizades com nossos vizinhos e nossos colegas, só porque manifestaram opiniões contrárias às nossas.

Agora, mais do que nunca, nosso país necessita de um ambiente de união. Para tanto, não basta o fim dos olhares ou das manifestações preconceituosas contra determinada região do Brasil. O sentimento de união começa nas nossas relações cotidianas, com as pessoas que nos são mais próximas.

Quanto aos concurseiros, dificilmente encontramos um grupo de pessoas tão heterogêneo, seja no que se refere à idade, ao sexo, à origem social ou à etnia. Daí decorre que as posições ideológicas completam esse mosaico. Então, mais que qualquer outra pessoa, o concurseiro deve redobrar seus esforços de tolerância e de aceitação das idéias alheias.

O caminho para tal postura é direcionar constantemente o pensamento para uma constatação óbvia, mas, às vezes, esquecida: os concurseiros têm objetivos comuns nos seus estudos; todos eles buscam a aprovação. Assim, as chances de sucesso aumentam na medida em que compartilhamos nossos conhecimentos com outros estudantes, independente da preferência partidária de cada um.

Um dos primeiros artigos que escrevi nesta coluna tinha o título “ensinai-vos uns aos outros”. Nele mencionei a inutilidade de ver o colega como alguém que pode tirar sua vaga. De fato, ele é seu concorrente. Mas são infinitas as possibilidades de aprender quando compartilhamos nosso conhecimento com outros estudantes. Assim agindo, aprendemos muito mais do que ensinamos. Quem é professor sabe muito bem disso.

Enfim, não deixemos que nossa ideologia envenene nossa alma e nossos sentimentos. Sejamos tolerantes e saibamos compartilhar nosso conhecimento. E, quanto a vitoria da Excelentíssima Senhora Dilma Rousseff, você pode ter se alegrado ou não. Mas, seja qual for sua preferência, retome firmemente os estudos, pois, afinal, a eleição acabou.

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