Concurseiras, perdoem-me

22/04/2017 às 17:50.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:14

Na guerra dos concursos, as mulheres formam uma heróica maioria: cinquenta e quatro por cento do total de candidatos. Elas, além de encantadoras, são imbatíveis quando juntam os sonhos com o empenho para realizá-los. É por isto que costumam ser bem sucedidas nos estudos e nos concursos.

Vocês, mulheres, quando assumem um cargo público, não cometem o equívoco de se escorarem na estabilidade. Quem assim age corre o risco de transformar os sonhos em pesadelos. É que, nos últimos tempos, a desídia tem sido motivo recorrente para demissão.

Vocês, concurseiras, sabem o quanto se sacrificam nos estudos. Assim, quando triunfam, não colocam em risco os sonhos que uma carreira estável e de boa renda pode proporcionar (... ah, aquela casa de campo! Ah, aquela viagem a Paris!).

As leitoras devem estar se perguntado por que estou falando essas coisas. É que, no dia 08 de março, não escrevi nenhuma frase sobre a mulher. No dia das mães, escrevi “concurso – a mãe de muitas mães” (09 de maio de 2013). No dia dos pais, “concurso – o pai da igualdade” (10 de agosto de 2013). Até os pequenos foram lembrados em “criança hoje, concurseiro hoje mesmo” (10 de outubro de 2013).

Acreditem: não me esqueci de vocês. Minha esposa e minha filha, duas mulheres de fibra, são minhas testemunhas. Mas devo-lhes desculpas. Então, faço um apelo à virtude que mais aproxima a mulher de Deus: o perdão. Prometo não persistir no erro. Afinal, ensina a sabedoria popular, errar é humano e persistir no erro é burrice.

Não sei de quem foi a ideia de parafrasear esse ensinamento do filósofo e teólogo Aurélio Agostinho de Hipona, chamado na Igreja Católica de Santo Agostinho. Acho que isso decorreu da mentalidade moderna, que busca sempre um sentido prático, esquecendo-se da profundidade religiosa. É que o original daquele filósofo era outro: “Errar é humano, perdoar é divino, persistir no erro é demoníaco”.

Então, confesso que errei. Para não persistir no erro, não aguardarei até o mês de março de 2015 para me redimir. E, esperando a divina virtude do perdão, eu digo: concurseiras, perdoem-me.

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