As redes sociais prenunciam que faremos a Copa da Paz. Mesmo que o poder público tenha deixado a desejar na organização do evento, mostraremos aos turistas a melhor imagem do Brasil. Grande parte da juventude, com seu admirável idealismo, já percebeu que os protestos, ainda que justos, têm trazido como resultado prático a ação de vândalos e criminosos.
Mas ainda persiste um discurso minoritário de que não deveríamos realizar a Copa, pois as obras serviram para desviar verbas que poderiam ser usadas na saúde e na educação. Quanto ao desvio de verbas, melhor dirá a Justiça e o Tribunal de Contas da União. Quanto à saúde e à educação, o esporte não se desvincula desses dois importantes temas, considerando o esperado desenvolvimento físico, social, intelectual e, principalmente, emocional.
Sem emoção não há saúde que aguente. Sem momentos de lazer a memorização não funciona adequadamente. Então, não neguemos aos aficcionados pelo futebol, grupo no qual me incluo, o direito de emocionarem. E, mesmo aos que não gostam tanto de futebol, deixemos que se emocionem pelo nosso país e pela nossa capacidade de receber bem os turistas.
Tomemos como exemplo o chamado primeiro mundo. Na Europa, apesar da crise e da multidão de desempregados, não se conhece nenhum movimento para desmontar a Torre Eiffel e construir um hospital ou uma escola no lugar. Nos Estados Unidos, que ainda não saíram da crise de 2008, os campeonatos esportivos, inclusive do “soccer”, como lá é chamado o nosso futebol, seguem sem protestos. É a juventude de lá que está errada? Ou é a de cá que está sendo manipulada?
A meus alunos e aos seguidores desta coluna, destinada a dicas de estudos para concurso, deixo essa mensagem: não sejam levados pelo discurso de descontentamento, quiçá com interesses políticos inconfessáveis. Pensemos nos versos dos Titãs, que assim resumem o tema: “A gente não quer só comida / A gente quer comida / Diversão e arte”. Não se privem do direito de se emocionarem com a nossa seleção. Revigorem, assim, as forças para prosseguirem firmes nos estudos. Enfim, concurseiros, a Copa chegou!