Concurso: A batalha de Alfenas

22/04/2017 às 17:26.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:14

Charlie Chaplin era capaz de contar uma longa história sem fazer uso de palavras. Como fã dele, não dou muitos conselhos a meus filhos. Em vez disso, empenho-me para que eles sigam meus exemplos. E, quanto aos estudos, eles só me dão alegria.

Meu filho, ainda adolescente, é fluente em Inglês. Minha filha, que triunfou na UFMG, é uma guerreira. No final do ano de 2011, ela viveu uma maratona entre o curso preparatório para o vestibular e o terceiro ano do ensino médio. Faltou pouco para conquistar uma vaga. Mas, mesmo fracassando, não se deu por vencida.

Um ano depois, estávamos de férias na cidade de Tiradentes. Entre um passeio e outro, ela seguiu estudando para a segunda etapa do vestibular da UFMG. A nota obtida no ENEM já garantia aprovação na Universidade Federal de Alfenas.

- Você está disposta a deixar o aconchego familiar e morar numa cidade desconhecida? Minha pergunta foi com indisfarçável melancolia. Afinal, por mais que aceitemos a ideia de que criamos os filhos para o mundo, não é todo dia que lhes perguntamos se querem partir. O certo é que a resposta me empolgou: “Claro, estou disposta!”.

Dois dias após, a família inteira partiu para a “Batalha de Alfenas”. Como ela já tem habilitação para dirigir, foi observando os detalhes da estrada. Chegamos ao final da tarde e “montamos acampamento” num hotel. Levantamos cedo e fomos um dos primeiros a chegar ao setor de registro da UNIFAL.

Dominada a situação no “campo de batalha”, ou seja, garantida a inscrição na Universidade Federal de Alfenas, fizemos a viagem de volta. Retomamos a atenção aos serviços na estrada e definimos os locais de parada nas viagens, que seriam frequentes.

Alguns dias após, vivemos a euforia de mais uma vitória: a lista de aprovados na UFMG. Assim, o último “memorando” da Batalha de Alfenas foi um e-mail que ela enviou para lá, desistindo da vaga. Essa é a desistência que vale a pena: havendo mais de uma aprovação, você desiste de uma ou várias delas. Agora, imagine se, por ter fracassado em 2011, ela tivesse desistido de lutar? Não haveria a Batalha de Alfenas.

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