Concurso público: Thatcher não gostava disso

22/04/2017 às 15:28.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:14

Como diferencial do meu livro sobre dicas para concurso, optei por não transformá-lo numa autobiografia. Esse é o equívoco de alguns autores, descrevendo sua epopeia de sucesso. Ao final, o leitor fica com a pergunta: e as dicas de estudo?

Das 128 páginas do livro, apenas as de números 16 a 26 são dedicadas aos 15 concursos em que passei. No restante do texto, e também nas ilustrações, apresento dicas mesmo, transmitindo o que aprendi nesses vinte e tantos anos.

É nesse contexto que falo do meu ingresso na Caixa Econômica Federal, o que foi a realização de um sonho (o sonho do garoto que vendia pipas, carrinhos e outros brinquedos que ele mesmo fazia). No dia 15 de Março de 1990 começou o pesadelo: o Presidente Collor tomou posse.

Na época da negociação salarial, descobri o motivo de algumas demissões meses antes: A Ministra Zélia Cardoso propôs reajuste próximo de zero; mas acenou com a volta dos demitidos. Esse foi um dos exemplos de que muitos governantes estavam “rezando na cartilha” da Primeira Ministra Margaret Thatcher, a Dama de Ferro, também chamada de Rainha das Privatizações.

Optei por fazer outros concursos. O problema é que a cartilha incluía a não realização deles. Uma exceção foi no Tribunal Regional do Trabalho em Vitória/ES. Depois da prova escrita, viajei de ônibus para fazer uma prova física. De madrugada, houve um acidente que resultou em considerável atraso na viagem. Claro: não dormi naquela noite. Chegando à rodoviária, fui correndo até o local da prova.

Iniciada a corrida, pensei em desistir. Mas aí lembrei uma frase da Rainha das Privatizações: “I would sell the air if I could”. Pensando nessa frase, retomei o ânimo. Em cada passada, eu repetia: “She would sell the air if she could, and I will eat stone if necessary” (ela venderia o ar se pudesse, e eu comerei pedra se necessário). Deu certo: passei!

A lição que fica: você pode juntar-se aos que amam ou aos que odeiam a Dama de Ferro. Mas, para passar num concurso, muito mais produtivo que opinar sobre os embates ideológicos, é preparar-se para os embates dos estudos.

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