“Enseñar y aprender con emoción”

22/04/2017 às 19:14.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:14

“A lista de aprovados num concurso não apresenta os mais inteligentes; apresenta os que melhor se prepararam”. Com essas duas frases, no dia 07/03/2013, inaugurei esta coluna, que me foi honrosamente destinada pelo Hoje em Dia.

Naquela data, mencionei que memorizar dados depende de circunstâncias emocionais (boas ou ruins). E exemplifiquei: alguém esquece a perda de um ente querido? Claro que não. Um fanático por futebol esquece a conquista de um grande campeonato? Também não. A propósito, eu nunca esquecerei a partida de 1989, quando o Esporte Clube Ribeiro Junqueira, o Dragão de Leopoldina, sagrou-se campeão mineiro! (... da terceira divisão).

Agora, ao participar na semana passada do “Encuentro Internacional de Educación”, promovido pela UNICEN, Universidad del Centro de La Provincia de Buenos Aires, o que mais ouvi dos mestres e doutores é que, para se alcançar um mínimo de eficiência, o ensino e a aprendizagem devem conter elementos de emoção.

A figura do Spock, capaz de calcular uma equação de segundo grau em segundos, mas incapaz de se emocionar, só existe mesmo na ficção de Jornadas nas Estrelas. A realidade humana, felizmente, é outra: quem não se emociona não aprende.

Então, a questão é: como agregar emoção ao processo de memorização? Bem, se voltarmos umas duas gerações, veremos que o aprendizado era na base do castigo, ou seja, emoções ruins. Modernamente, a Pedagogia já demonstrou que o prazer dá muito mais resultado, por ser associado às emoções boas.

Portanto, devemos desenvolver uma atitude de prazer e gosto pelos estudos. “Mas eu não gosto de estudar”. Posso imaginar o leitor fazendo essa manifestação. Para retrucá-la, voltemos à palavra que acabei de usar: “atitude”. É disso que dependem nossos gostos e preferências. Tudo que nos dá prazer foi antecedido de treino antes, ou seja, foi antecedido de atitude.

É assim com os vícios e é assim com as virtudes. Ninguém se torna jogador compulsivo porque participou de um bingo beneficente. Ninguém se torna alcoólatra porque bebeu uma taça de vinho no Natal. Mas insista nessas condutas diariamente durante dois meses para ver o que acontece.

Estudar é a mesma coisa: depende de treino e persistência, tal como uma atividade física. Quem “malha” 10 horas num dia amanhecerá com o corpo dolorido e não terá ânimo nem de passar perto da academia novamente. Quem estuda 10 horas num dia, na ilusão de que acordará mais inteligente, experimenta a mesma frustração. Mas quem estuda um pouco hoje, segue estudando amanhã, repete a dose depois de amanhã, seguindo assim durante várias semanas, encontrará uma atividade prazerosa.

É por isso que não me causou surpresa ouvir várias vezes esta frase durante o Congresso de Educação na cidade de Tandil, Província de Buenos Aires: “enseñar y aprender con emoción”.

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