Recebi, entre muitos “emails”, um do leitor que se queixava por não ser bem sucedido nos concursos, apesar de seguir as dicas que apresento em meu livro sobre técnicas de estudos para concursos. Ele dizia que optou pela escola preparatória, convencido de que o caminho do autodidata é espinhoso, de pouco rendimento e não propicia o espaço privilegiado da audição. Também dizia que não desprezou os conteúdos fáceis, que são, em média, 80% de uma prova, apesar de ter um índice altíssimo de erros, justamente porque os candidatos dão pouca importância a esses conteúdos. Disse ainda que, em vez de uma jornada diária de 10 horas de estudos, preferiu estudar um pouco, mas assim agindo todos os dias. E a dica mais importante, que é a mãe de todas as outras: a persistência nos estudos o fez gostar de estudar.
“Apesar de tudo isso”, reclama o leitor, “não obtive êxito em nenhum concurso. O que há de errado comigo?”. Fique tranquilo: não há nada de errado contigo. Você está no caminho certo. Cedo ou tarde, você triunfará. Por ora, não se esqueça de mais uma dica que é uma máxima entre os concurseiros: “Nos concursos, não se estuda para passar e sim até passar”.
Quanto às dicas por ele citadas, para segui-las adequadamente não basta apenas colocá-las em prática. Temos de adaptá-las a nossa realidade. Caso contrário, teremos apenas lido um livro. Precisamos fazer mais: vivê-lo. Nesse sentido, a leitura não se encerra quando chegamos à última página. Ao contrário, é aí que iniciamos a vivência de um bom livro.
Ler um livro sem vivê-lo faz lembrar uma anedota do Chico Anísio, sobre o sujeito que levou a sério a idéia de que o homem só se realiza quando escreve um livro, planta uma árvore e tem um filho. Então, ele escreveu 50 livros, reflorestou suas fazendas e engravidou várias mulheres. Resultado: depois de nove meses, tinha dívidas impagáveis com editoras, com os bancos que financiaram os reflorestamentos, além de várias pensões alimentícias.
Então, caso você escolha um livro de dicas, seja de que tema for, saiba colocá-las em prática. Caso contrário, você terá apenas lido um livro.