Os versos de Horácio, do antigo Império romano, tinham marcas de lirismo e sátira. E até parece que ele previa a instituição dos concursos dois milênios após sua morte. Veja estas pérolas dele:
Sobre o companheirismo entre os candidatos: “Quando a casa do vizinho está pegando fogo, a minha casa está em perigo”. Sobre a importância do primeiro passo: “Quem começou, tem metade da obra executada”. Sobre os que sentem inveja do concurseiro: “O invejoso emagrece com a gordura dos outros”.
Mas a frase mais genial de Horácio foi, ao mesmo tempo, uma crítica às guerras e uma homenagem às mães: “Se dependesse das mães, não haveria guerras”. De fato, quando chegam os tempos de beligerância, os generais devem ficar loucos com tantos pedidos das mães, pretendendo a dispensa de alistamento de seus filhos.
No caso do Brasil, apesar do receio de nos tornarmos alvo de terroristas durante eventos como a Copa do Mundo, não há razão para pensarmos em guerra nas próximas décadas. Por outro lado, não nos esqueçamos de outro romano, Publius Renatus, a quem é atribuída a seguinte frase: “Si vis pacem, para bellum”, que é comumente traduzida assim: “Se queres a paz, prepara-te para a guerra”.
Então, que venham os concursos na área militar. E são muitos os previstos para as Forças Armadas e polícias militares, com vagas para homens e mulheres. Afinal, assim como qualquer repartição pública, os quartéis devem ser equipados com recursos tecnológicos e, principalmente, com pessoal bem selecionado, treinado e motivado para suas missões.
As carreiras militares são promissoras. Seus respectivos concursos também se assemelham aos das demais repartições: servem como veículo de ascensão social.
Então, neste final de semana em que comemoramos o Dia das Mães, os versos de Horácio merecem uma paráfrase. Em vez de “se dependesse das mães, não haveria guerras”, podemos dizer que “se dependesse das mães, haveria mais concursos”.
Bons estudos e feliz dia das mães.
Escreve aos fins de semana
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