Siglas: cuidado com os macetes

22/04/2017 às 16:46.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:14

Em qualquer área de conhecimento, muitos conteúdos podem ser memorizados por meio de siglas. Sou autor de várias que podem ser lidas no meu livro, como, por exemplo, a sigla VILISP. Ela se refere aos direitos fundamentais, previstos no artigo 5º da Constituição. Acompanhe as letras maiúsculas sublinhadas: Vida, Liberdade, Igualdade, Segurança, Propriedade.

O problema é que muitos alunos querem ir direto à sigla, transformando-a num simples macete. Cometem o equívoco de transpor o contexto e a análise do que deve ser aprendido. Não estudam adequadamente, na crença de que a sigla será a solução para tudo, e que nunca haverá nenhuma exceção. Esses alunos tentam, em vão, se valer da lei do menor esforço e da generalização.

A etimologia da palavra “macete” sugere o uso de um martelo e um formão para moldar o objeto que recebe os golpes. Portanto, quando o professor lhe passa um macete, golpeia seu cérebro na inútil tentativa de enfiar o conhecimento nele. Para mais detalhes desse tema, veja o artigo denominado “Ferramenta mental em vez de macete”, publicado neste espaço do Hoje em Dia em 25 de Abril de 2013.

Não desperdice as siglas, que são ótimas para memorizar dados, desde que você estude os conteúdos, contextualizando-os. Do contrário, elas ficarão martelando inutilmente na sua cabeça. Poucos dias após memorizá-las, os conceitos a elas relacionados começarão a cair no esquecimento.

Estude os conteúdos, faça suas anotações e revise-as frequentemente. Desse modo, nunca será necessário golpear o cérebro para acessar na memória o que foi aprendido. É assim que se usa as siglas, tirando-as do “status” de macete e elevando-as à condição de ferramentas mentais.

A propósito, considerando as diversas siglas que criei, mencionadas no meu livro, insisto em recomendar: não vá direto a elas. Resista à tentação de memorizá-las sem estudar os temas a elas relacionados. Não as transforme em simples macetes. Eu não as escrevi para você memorizá-las apenas para uma prova. Eu as escrevi para você memorizar os conteúdos para muitas provas, quiçá para o resto de sua vida.

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