Tem que morrer pra estudar

22/04/2017 às 19:58.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:14

A Semana Santa, para muitas pessoas, transformou-se em apenas um feriado. A religiosidade vem sendo substituída por viagens de lazer, como se o evento começasse na quinta-feira e encerrasse com um festival de chocolate no Domingo de Páscoa.

Mas não esqueçamos que a Semana Santa começa hoje, Domingo de Ramos, com a entrada de Jesus em Jerusalém. Ele, prevendo que seria preso, julgado e condenado, fez esta parábola: “Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto” (João 12, 24). O desfecho todos nós conhecemos: crucificação, morte e ressurreição, como sacrifício supremo por amor à humanidade. De fato, como Ele havia dito na parábola, o grão de trigo morreu para germinar.

O concurseiro, guardadas as gigantescas proporções, também deve morrer para germinar. Não me refiro à morte literal, mas à renúncia de uma vida desregrada, sem limites e sem horários definidos para trabalho, estudo, lazer, dedicação às pessoas do nosso apreço, etc.

Tudo isso importa em sacrifícios, sem os quais é inviável a conquista de qualquer objetivo. E, para um bom aluno, sacrifício demanda escolhas, tai como viajar ou estudar, ir para a balada ou para a escola, revisar conteúdos ou ir ao clube. Bem, convenhamos: essas escolhas são bem menos dramáticas que a de Nosso Senhor, cuja opção foi entre viver ou morrer por todos nós.

Mesmo com opções menos dramáticas, quem quer ser bem sucedido nos estudos deve ter a disposição de morrer para certos hábitos que somente servem para perdermos o foco nos nossos objetivos. Na música “Drão”, Gilberto Gil descreve o amor como um grão, “uma semente de ilusão” que “tem que morrer pra germinar”. E lança a pergunta: “Quem poderá fazer aquele amor morrer”. A resposta está nos versos seguintes: “Nossa caminhadura/Dura caminhada”.

Parafraseando essa música, e referindo-me às atividades que tiram nosso foco nos estudos, eu digo que o concurseiro “tem que morrer pra estudar”. O caminho não é fácil. Então, voltando à pergunta, também parafraseada, sobre “quem poderá fazer a má escolha morrer”, a resposta está na “nossa caminhadura, dura caminhada”. É ela que define as escolhas que faremos em prol dos nossos sonhos. Nos dias em que esmorecemos damos chance para que eles se transformem em pesadelos. Mas, mantendo nossa dedicação, chegará o dia em os sacrifícios valerão a pena. Chegará o dia em que transformaremos nossos sonhos em realidade.

Seja qual for sua religião, se você tiver uma, não se culpe por reservar um tempo para o lazer. Mas dedique também algumas horas para reflexões religiosas. E claro: reserve tempo para os estudos. Tenha uma boa Semana Santa. Tenha bons estudos.

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