O esporte clássico x O esporte comercial

06/11/2017 às 12:02.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:34

O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou neste ano que, na próxima Olimpíada (Tóquio-2020), novas modalidades serão incluídas. Teremos, por exemplo, escalada, surfe, caratê, skate, beisebol, softbol, basquete 3x3 e BMX. Além de algumas provas mistas, como o revezamento 4x100m na natação e o 4x400m no atletismo.

Tais mudanças buscam uma maior atração de público, visando a agradar uma geração dependente de novidades e uma sociedade capitalista onde o dinheiro envolvido muitas vezes tem a palavra final nas decisões. Agora, fica o questionamento: será que todas as mudanças que ocorrem nos esportes são realmente benéficas para o esporte em si?

Sempre é importante lembrar das origens das competições esportivas e do seu maior evento, as Olimpíadas. Desde a Grécia antiga, os Jogos Olímpicos eram caracterizados por representar um dos elementos mais emocionantes na vida: a superação humana. Sem implementos tecnológicos, sem milhares de regras. Apenas os competidores e a garra que os mesmos demonstravam eram suficientes para atrair milhares de pessoas aos estádios de competição. 

Os esportes antigos, aqueles considerados “clássicos”, como o atletismo, possuíam como característica marcante grandes demandas físicas e a utilização de elementos do cotidiano como os instrumentos que instigariam cada vez mais a superação do atleta, tornando o esporte uma prática acessível a todos. Podemos citar como exemplo os pesos do arremesso masculino, que eram exatamente as bolas dos canhões de guerra, ou o lançamento do martelo, que teve sua origem com uma pedra presa a um cabo de madeira. Sim, a simplicidade também atrai!

Atualmente, temos inúmeras outras modalidades esportivas, o que é algo saudável, pois fornece a oportunidade para um maior número de pessoas estarem ativas e mais competições emocionantes podem ser assistidas em todo mundo. Porém, é importante ressaltar que não devemos deixar que o esporte se torne algo puramente comercial, onde até mesmo a definição dos ganhadores se dá de forma “combinada” apenas para captar a maior quantidade de dinheiro, vendendo o esporte como um simples produto. 

Aguardamos para descobrir como será a estreia das novas modalidades nas Olimpíadas de 2020, principalmente daquelas consideradas “radicais”, torcendo sempre para que o esporte, e não a busca a todo o custo pelo lucro, saia como o grande vencedor.

*Com a colaboração de Ingrid Moreira

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