Juscelino na prefeitura

20/10/2016 às 14:06.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:18

Coincidências e não coincidências envolvendo o novo chefe do Executivo de uma velha cidade mineira. Refiro-me a Juscelino Brasiliano Roque, nascido no Tijuco e eleito prefeito este ano, para gerir os destinos do município, de 2017 a 2020. Até aí tudo bem. Mas acontece que o novo Alaíde veio ao mundo em 21 de abril de 1960, no dia em que o homônimo celebrado pelos brasileiros inaugurava a nova capital.

Só a data de 21 do quarto mês, do sacrifício de Tiradentes no Rio de Janeiro, seria algo a despertar a atenção, mas a instalação da nova sede do governo central no interior do país por um mineiro do Tijuco, de tantas e tão belas tradições, acrescentaria luz ao nascimento do bebê.

Havia mais, todavia. O avô do recém-nascido era um seresteiro, o Ernesto Roque, muito popular, amigo do futuro chefe da nação, correligionário de primeira hora, quando JK se elegeu prefeito do burgo natal em 1934. Assim, nada tão adequado como batizar o RN com o nome de Juscelino Brasiliano Roque, uma síntese.

Sigo os passos de JB, Juscelino Brasiliano, há bastante tempo. É raro encontrar atualmente no mundo consumista quem resolve devotar-se ao semelhante. Em minha cidade natal há exemplos notáveis de que não me esqueci enquanto sucedem os dias do calendário. Talvez não sejam lembrados, mas estarão em paz consigo mesmo depois que mudaram de espaço.

Esse Juscelino, de que falo, exercia labor social e filantrópico admirável em sua cidade, desde que se sentiu adulto e útil. São mais de três décadas, das quais duas ajudando a manter a Sopa de São Francisco, distribuída aos carentes pela sua Ordem Terceira, que – nas megalópoles – é algo perecido nas trevas do passado: presidente da Associação Comercial e Industrial de Diamantina e vice-presidente da Federaminas, onde atuou como conselheiro de Turismo do Estado, pertenceu ao Conselho Superior da antiga Faculdade de Odontologia, transformado nas Faculdades Federais Integradas. Ali, teve participação importante, subsidiando a reitora, professora Mireile Souza, para transformar a instituição na atual Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri.

Tornou-se provedor da Santa Casa de Caridade, instituição bicentenária, que desde 1790 exerce papel preponderante na ajuda à solução dos problemas de saúde de vasta população.

Há um enorme trabalho à frente, que demandará esforço, não só do Executivo, mas de toda a comunidade tijucana. Eu acho tudo isso lindo, nesta época de pouca solidariedade e de singular motivação pelos bons resultados materiais e imediatos e de reduzida solidariedade humana. O mais importante, nesta hora, é que todos os eleitos assumam o papel com que se compromissaram durante o período eleitoral. Ajudar o bom e lutar pelo bem não fazem mal.

Todos os municípios têm obrigação inadiável de dar sua contribuição neste período desafiador. O JB, de Diamantina, tem credenciais para sair-se bem de seu mandato e em seu mandado. Todos os municípios muito o esperam dos seus escolhidos. Não é mais hora para decepcionar.
Se Minas são muitas, como disse Rosa, frequentemente repetido, eis a hora de cada um oferecer o seu quinhão para a obra de reconstrução ou de construção. Omissão não é permitido.

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