O perigo mora ao lado

27/06/2016 às 18:11.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:04

Nenhum país está imune ao terrorismo. Por força da tecnologia, capaz de eliminar vertiginosamente imensas distâncias, estamos expostos a perigos que vêm de longe ou a pessoas movidas por motivos perversos, que levam à morte e à insegurança ponderável parcela de um povo. 

Com dimensões continentais, de litoral extenso e fronteiras com vários países e dirigentes de duvidosas inclinações políticas e ideológicas, tornamo-nos extremamente vulneráveis. Sabemos disso.

Não só terroristas. Militantes de diversas facções, quadrilhas internacionais especializadas no tráfico de entorpecentes e pessoas, agem incessantemente. Gente de diversas nacionalidades e regiões se infiltram nas comunidades. Embora ingressem nos países ricos e poderosos, vejam como a Europa enfrenta a situação: em cada esquina, em cada casa de diversão, nos supermercados, em Paris, Bruxelas e Londres, em Madri e Roma, há o risco de se perder a vida. Multiplicam-se os esforços para contê-las, mas a onda persiste. 

No Brasil, tão distante aparentemente dos focos de terrorismo, que podem vir do Oriente Médio ou do Norte da África, não escapamos. Na Tríplice Fronteira – Brasil, Paraguai e Argentina –, os Estados Unidos chegaram a montar uma base militar, há algum tempo, por admitirem riscos à segurança na América Latina.

Com a realização dos Jogos Olímpicos no Brasil, este ano, começou-se a preocupar a comunidade internacional. Se no velho mundo há problemas, como notório, como será com as competições em agosto? O fantasma perambula.

Procedente de Guantánamo, prisão dos Estados Unidos em Cuba, recebido no Uruguai por gestão do presidente Mujica, um ex-preso cruzou a fronteira com o Brasil, sem permissão das autoridades. O ministro do Interior, Bonomi, sabe apenas que Jihad Ahmad Diyab saiu do país. A Inteligência do país vizinho, a Interpol e a embaixada de Tio Sam em Montevidéu permaneciam alertas. Antes, ele tentara passar pela fronteira, mas fora proibido. E agora? 

A ABI – Agência Brasileira de Inteligência –, neste junho, confirmou, a seu turno, que pessoas ligadas ao Estado Islâmico criaram um grupo para trocar mensagens em português, através de aplicativo de celular. A agência observou que a abertura desta frente de informações, voltadas para doutrinação extremista, “amplia a complexidade do trabalho de enfrentamento ao terrorismo, por representar facilidade adicional à radicalização de cidadãos brasileiros.”

Esse grupo é o Nashir Português, mesmo nome do canal criado pelos extremistas há 15 dias, com objetivo de arregimentar brasileiros para a causa jihadista, mas estão sendo monitorados pela Abin. Eles usam o aplicativo Telegram.

A verdade é que as portas do mundo se abrem mais intensivamente e não há limite para ação dos interessados a propagar as divisões entre os povos. Tanto que a Organização Mundial de Saúde já adverte também os estrangeiros que vêm para as Olimpíadas no Rio. Desta vez, os inimigos internos: “Cuidado com assaltos, táxis e até água de beber”. É imprescindível evitar as infecções gastrointestinais: “O nível de água nos reservatórios está abaixo do ideal por conta da contaminação por esgoto”.

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