Ouro Preto, às ordens

01/02/2017 às 18:11.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:39

Eis o que está em livro do excelente Eduardo Frieiro: “Nos primeiros tempos das descobertas, o ouro brotava em fabulosa abundância, primeiro à flor dos córregos, em lavras de aluvião, fáceis de explorar, e depois em filões e assentadas minerais, que pediam trabalhos mais penosos. O morro do Ouro Preto e o Ribeirão do Carmo, onde se encontravam as mais dadivosas lavras, povoaram-se rapidamente com os milhares de aventureiros que acorriam de todas as partes do Brasil e do Reino”. 

O escritor também diz: “A simples evocação do nome de Vila Rica tem para muitos fulguração duma legenda esplendorosa...”. Não poderia ser de outro jeito e maneira. Para demonstrar que a velha cidade não morreu, que permanece viva e forte, a Eletrobrás patrocinou a publicação de livro “Ouro Preto – Igrejas e Capelas”, contendo no texto a palestra de apresentação pelo jornalista e escritor Mauro Werkema e pelo historiador Alex Bohrer, hoje, no Memorial Minas Gerais, da Vale, na Praça da Liberdade.

É um trabalho monumental de concepção sob os mais diversos ângulos e aspectos. O editor Paulo Lemos adverte que este é um daqueles livros especiais, começando por registrar a imagem e a descrição de verdadeiros monumentos erguidos em nome da fé cristã nos últimos 300 anos, dos quais 130 de Vila Rica–Ouro Preto. 

Trata-se de obra elaborada para servir de referência a quantos se dispõem a pesquisar o patrimônio histórico da cidade, que se tornou palco de importantíssimos acontecimentos na história brasileira.

O interessado vai aproveitar-se das versões para o inglês e francês, com o cuidado muito elogiável de registrar os nomes mencionados de forma a facilitar o acesso do turista e do estudioso estrangeiro a cada um dos monumentos, em termos de uso do vocábulo antigo ou do atual.

Com o mérito principal de reunir numa só publicação todas as edificações religiosas – permitindo leitura de interesse histórico, cultural e turístico – desde as mais ricas e famosas igrejas de Ouro Preto até as pequenas capelas de distritos e povoados, o livro traz descrições, origens e datas, devoções religiosas, partidos e estilos arquitetônicos. Traz ainda interpretação dos fenômenos que explicam o surto artístico do Século XVIII mineiro, geradores de um acervo patrimonial que, por sua excepcionalidade e exemplaridade, está inscrito como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, desde 1980.

O livro, produzido na livraria Editora Ouro Preto, é uma síntese riquíssima do fenômeno cultural do século XVIII mineiro, o “Ciclo do Ouro”, que tem sua expressão maior nas igrejas de Ouro Preto, que abrigam um acervo patrimonial e artístico reconhecido universalmente. Suas origens e história, as técnicas construtivas, os elementos sociológicos que permitiram a formação de uma singular sociedade colonial. O barroco como estilo de arte e de vida, a religiosidade popular e a ação das irmandades e suas devoções, estão neste livro. 

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