Quem são os vencidos

24/01/2017 às 17:23.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:32

Estamos em guerra em várias frentes, e sendo vencidos, o que é pior. Os fatos lastimáveis a que se assiste diariamente, principalmente através da mídia, não permitem dúvida. Senão vejamos. Não se trata apenas da instalação do quarto poder no Brasil. Antes se dizia que ele seria a imprensa por sua penetração em todos os quadrantes e por seus diversos meios de transmissão. Atualmente, é o poder carcerário. 

Presentemente, temos a ampliação de enfermidades comuns por todos os estados e quase todos os municípios. Somente em 2016, de triste e permanente memória, foram 19 mil os pedidos da população de Minas Gerais para combate e eliminação de criadouros do <CF23>Aedes aegypti</CF>. Os resultados não são os melhores, porque as pessoas não despertaram ainda para sua responsabilidade na prevenção. Ademais, não contando com coleta regular de lixo domiciliar, por exemplo, (por as habitações não serem regulares), acha-se mais fácil atirar os resíduos nas vias públicas e à margem das ruas e rodovias. Com essa mentalidade e nestas circunstâncias, não podem ser outras as consequências, que batem à porta dos postos de saúde, UPAs e hospitais. Finalmente, dos cemitérios. 

Educação é imprescindível, e ela não se resume às aulas nas unidades escolares. A saúde começa no lar, mas aparentemente este senso não chegou aos lugares apropriados. No caso específico, a vitória sobre as doenças como tantas de outros males que afligem o país tem de ser enfrentada a partir do lar.
Não só a dengue: mas ainda chikungunya, a zika, as ocorrências de tuberculose e febre amarela, que sopitam aqui e ali, quando os profissionais mais jovens da assistência já as julgavam perdidas nos registros na literatura médica. Novas patologias apareceram, mas as antigas não foram extirpadas. 

No campo político-administrativo-jurídico, herdamos a ‘Lava Jato’, que desvelou o maior escândalo da história do Brasil em termos de negócios públicos. A inesperada morte do ministro Teori Zavascki aumentou a preocupação com o que sobreviria na apuração de fatos danosos à economia nacional e à imagem do Brasil. A sociedade não permitirá o engavetamento de tão rumoroso “affair”.

Dentre os procedimentos inseridos na inquietação generalizada, destacam-se as rebeliões no sistema penitenciário, que ampliou o número de mortos a cada dia. Eis um desafio dos mais perigosos, porque não se admitirá que as Forças Armadas, desobedecendo a Constituição, passem a operar como protetoras de meliantes em choque.

O desvio de função de soldados das Forças resultaria em sua não utilização para misteres próprios, inclusive na proteção de fronteiras, quando, os “hermanos” de língua espanhola nos transferem drogas e armas em grande quantidade. 

Vias públicas no Nordeste estão policiadas pelos soldados do Exército, em caráter preventivo. Não se trata de solução definitiva, que será discutida por quem possa fazê-lo. A verdade é que não nos podemos tornar-nos reféns de bandidos. 

Antes de terminar, lembro um pensamento do advogado Aristóteles Atheniense, evocando a lição de Mário Soares, ex-presidente de Portugal, recentemente falecido: “Só é vencido quem desiste de lutar”.

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