O aumento da taxa de desemprego, que no mês passado atingiu 11,8 milhões de pessoas no país, além da queda da renda familiar e da alta inadimplência, reflexos do agravamento da crise econômica, têm ampliado o perfil dos devedores que normalmente recorrem ao Procon da Assembleia Legislativa. A maior parte das pessoas busca ajuda do órgão para resolver problemas com empresas telefônicas, cartão de crédito, produtos com defeito ou que não foram entregues, entre outros. No entanto, nos últimos meses, consumidores que não estão conseguindo mais pagar as contas de água e de luz têm engrossado o volume de reclamações.
O coordenador do Procon da Assembleia, Marcelo Barbosa, explica que o primeiro caminho é tentar um acordo com as concessionárias. Normalmente, as empresas acabam parcelando o valor em até 12 vezes, mas os clientes devem estar atentos, já que no mês seguinte terão que pagar, além da fatura que venceu, os valores referentes à dívida renegociada. “Caso o consumidor não consiga quitar a conta, deve recorrer ao Judiciário”, explica.
Marcelo Barbosa lembra que o consumidor só olha duas coisas nas contas de água e de luz: o valor e quando vence. No entanto, segundo ele, é necessário um acompanhamento mensal da fatura. “Todas as contas têm um campo específico que mostra quando será feita a próxima leitura. Se a pessoa não estava em casa e o leiturista passou, observe qual foi o consumo, anote e leve à concessionária para a emissão da conta com o valor correto”.
Muitos consumidores que não ficam em casa quando é feita a leitura, seja por causa do emprego ou por outros compromissos, acabam deixando a conta ser faturada pela média de consumo dos meses anteriores. No entanto, quando a concessionária consegue medir o consumo, são surpreendidos com altos valores a pagar, já que as empresas embutem na fatura os valores excedentes dos meses em que não houve a conferência.
Para evitar também o corte no fornecimento dos serviços, o consumidor deve observar também nas faturas a informação se há contas pendentes e o prazo dado pelas concessionárias para que ele quite aqueles valores. “É sempre importante fazer um acompanhamento das contas de água e de luz. Não deu para pagar, procure a concessionária para renegociar e evitar que os serviços sejam interrompidos”, enfatiza Marcelo Barbosa.