Dinheiro de ninguém

26/05/2017 às 15:13.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:44

O gestor público deveria tratar o dinheiro dos impostos arrancados da população como quem cuida de recursos que pertencem a qualquer um – menos a ele, político, que deveria garantir que a vontade dos outros, e não a dele, fosse atendida.

Todos gostariam de escolher o destino dado ao nosso dinheiro ao invés de entregá-lo para ser desperdiçado pelo governo. Na impossibilidade de arrancá-lo de volta, ao menos imediatamente, podemos, no mínimo, exigir mais responsabilidade.
Na contramão desse movimento por melhoria na qualidade do gasto público, a Câmara Municipal de Belo Horizonte se movimenta, nos próximos dias, para tentar aprovar a criação de “emendas parlamentares impositivas”, cortando mais de R$ 100 milhões do orçamento anual de BH para que cada vereador passe a ter R$ 2,5 milhões, por ano, para gastar com o que acredite ser mais importante... Isso mesmo: para que o vereador decida como gastar o dinheiro.

Em se tratando de colocar recursos na mão de políticos, sou um sujeito muito prudente – talvez porque não me sinta inspirado a confiar, por tudo o que vemos por aí. Vou fazer o possível para impedir que essa medida seja aprovada. Não confio no critério de vereadores para ordenar despesas, inclusive porque não foi para isso que nós fomos eleitos. Nossa função é legislar e fiscalizar, e quem pretendia ordenar despesas deveria ter se candidatado a prefeito!

O orçamento de BH já amarga um déficit superior a R$ 1 bilhão. E essa medida sacrificaria ainda mais os serviços públicos essenciais, possibilitando que vereadores gastem esse dinheiro para promover suas reeleições, atendendo ao interesse deles ou dos pequenos grupos que representam – e não os interesses da cidade.

Não temos de descobrir mais formas de gastar dinheiro público. Ao contrário, temos de trabalhar sempre para que o governo gaste menos e, com isso, possa reduzir os impostos, contribuições e taxas que massacram todos nós. Esse é um compromisso meu e do Partido NOVO.

Nessa linha, no dia 1º de junho, quinta-feira desta semana, todo o setor produtivo estará mobilizado para protestar contra a insustentável carga tributária que pressiona a população, reduzindo nossa capacidade de compra e a competitividade de nossa indústria. Em BH, esse movimento é coordenado pela CDL, que chama a atenção da população para o peso dos tributos sobre o preço dos produtos e serviços. É o DIA DA LIBERDADE DE IMPOSTOS.

Em homenagem a esse esforço, convido cada um a pedir aos seus vereadores que se inspirem pelo clamor contra a carga tributária, se sensibilizem pela grave situação financeira da cidade e tenham a responsabilidade de votar contra as emendas parlamentares impositivas em BH.

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