E lá se foi o primeiro ano

02/01/2018 às 15:19.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:33

Sem mais nem menos, foram-se já doze meses...
Eu vim para a política por estar cansado de passar raiva. Prometi que dedicaria o meu tempo, energia e votos a criar uma oposição consistente às velhas e viciadas práticas políticas: nada de concessões, sem desperdício, com base em uma verdade nua!

Essa postura me rendeu inimizades, críticas e ameaças. Mas estou confortável com o ponto a que ela me levou. Sempre que um vereador, em tom ameaçador, reclama de minhas críticas dizendo: “desse jeito você não vai aprovar projeto nenhum!”; eu respondo: “tanto melhor –  quem sabe assim, com um a menos aprovando absurdos, a qualidade de vida das pessoas não começa a melhorar!”

E a verdade é que as coisas já dão seus primeiros sinais de melhora.
Desde a economia de R$ 1 milhão por ano com meu gabinete, até a construção coletiva com outros vereadores de um modelo de fiscalização das contas da segurança pública na cidade – a verdade é que posso terminar o primeiro ano com o gosto de ter conseguido, sem nenhum conchavo, nenhuma troca de favores, a construção de soluções para a cidade a partir do interesse das pessoas. Pessoas que querem menos leis estúpidas (por isso consegui arquivar mais de 400 projetos e relato o esforço institucional de limpar a legislação municipal – com mais de 3.000 leis analisadas e indicação de revogação para quase 70% delas); que querem menos desperdícios (por isso não ofereço nem apoio nenhuma proposta de criação de dias comemorativos, concessão de títulos ou qualquer homenagem); que buscam mais oportunidades (por isso minhas sugestões apresentadas à prefeitura para a drástica simplificação do sistema de licenciamentos da cidade); que querem mais profissionalismo (aprovei emenda na reforma administrativa para obrigar o executivo a explicar suas razões de nomeação); que buscam a revitalização da cidade (inclusive com a retirada dos camelôs do centro e o início da discussão do grave problema da crescente população de rua em BH).

Há, ainda, uma infinidade de coisas por fazer. Mas elas serão construídas na medida em que voltemos a compreender que os problemas são nossos e as soluções também devem ser, porque o poder público não é um ser racional em serviço da proteção do indivíduo. Ao contrário, ele é uma pesada máquina de ameaça, quando em serviço de interesses individuais e questionáveis dos eleitos, comumente atendendo a agendas ocultas e impublicáveis.
Em retrospectiva, falta uma enormidade de coisas a ser feita, mas fico feliz pelo volume delas que já começa a ser tratada e com a oportunidade de lembrar às pessoas que há outra política possível. Basta que nós mesmos a tomemos pela mão.

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