Imposto para quem e para quê

21/07/2017 às 19:36.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:41

Na última semana de junho, apresentei minhas emendas ao Projeto de LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2018, que o Prefeito encaminhou para a Câmara. Em uma delas, propus a inclusão de um artigo para proibir o aumento de tributos na cidade em 2018. Nem um mês se passou, minha emenda ainda não foi sequer votada, e já fomos surpreendidos pelo aumento de tributos pelo Governo Federal, que pretende com isso arrancar mais R$ 10 bilhões dos brasileiros este ano.

Nesses momentos que me recordo da célebre frase de Margaret Thatcher: não existe dinheiro público, existe apenas o dinheiro do pagador de impostos.

O governo, seja lá de quem for, sempre terá explicações muito bonitas para o aumento das despesas, dizendo que os “investimentos sociais” não podem ser interrompidos, porque isso prejudicaria os mais pobres. Mas finge esquecer que são esses mesmos, os pobres, que serão mais prejudicados pela sobretaxação dos combustíveis, que vai resultar no aumento das passagens de ônibus, do transporte das mercadorias e de tudo o quanto o brasileiro consome. E qual parte da população consome mensalmente toda a sua renda e, por isso, sofre diretamente com o impacto dessa cobrança? Exatamente os mais pobres que o governo finge proteger.

Para a parcela mais rica da sociedade, esse é um tributo de baixo impacto, pois a representação das despesas de transporte para essas pessoas é pequena, considerada sua renda. Para as classes C, D e E, no entanto, o impacto é imediato, grave e criminoso, já que o assalto é feito enquanto o criminoso grita estar protegendo os interesses da própria vítima.

Cortar benefícios, cargos ou vantagens parece impensável para quem está no poder. Afinal, o sacrificado, nesse momento, é sempre o outro. É por essa covardia, essa falta de responsabilidade e esse amontoado de mentiras que a única solução possível, para 2018, é não reeleger ninguém. Isso mesmo. O brasileiro precisa resgatar o seu papel central na condução das questões. Porque o meu dinheiro será sempre melhor gasto por mim e toda vez que o Estado finge me dar alguma coisa com uma mão, com a outra ele me toma mais do que me entrega.

E assim vai se aprofundando a pobreza e a crise econômica do país.

Não vou perder meu tempo recontando como consegui economizar quase R$ 1 milhão por mês só no meu gabinete, porque isso não é mérito, mas apenas uma questão de respeito ao dinheiro dos outros e coerência para comigo mesmo. Afinal, aprendi desde pequeno que “com o que é dos outros, não se brinca”. Alguém precisa ensinar isso em Brasília.

Nunca foi tão verdadeiro o grito de meus alunos libertários: imposto é roubo! Nem sempre – mas nesse caso, é mesmo.

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