100 dias que poderiam mudar BH e seus efeitos para 2018

25/06/2016 às 06:00.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:02

A 100 dias das eleições, o belo-horizontino ainda não sabe quem são os candidatos a prefeito. A rigor, até os partidos desconhecem. Além da incapacidade de entendimento, alguns fatores contribuem para a indefinição. O primeiro deles é a crise política nacional, com efeito danoso sobre a estadual e a municipal. Começa assim, se o partido X tem pré-candidato forte e imbatível, há o risco de seu nome, no dia seguinte, aparecer como suspeito ou até mesmo receber uma visita indesejada da Polícia Federal.

O segundo fator refere-se às mudanças na legislação, alterando a relação com o tempo de campanha. Foi encurtado; antes, eram 90 dias, agora, são 45. A redução combina com o sumiço do dinheiro, levado pela crise econômica e pela alteração mais impactante da legislação, por meio da proibição do financiamento eleitoral por empresas. Nem mesmo elas (pessoas jurídicas) querem saber disso depois da enxurrada de denúncias, exposição, delações, condenação, leniência, entre outras.

Tudo somado, não temos campanha nem pré-campanha. A previsão é de que BH terá até 10 candidatos, dos quais seis estão no campo tradicional, formado pelo PT, PSDB, PMDB, PSB, PSD e PDT. Salvo proposta e candidatura espetaculares dos partidos menores, como PTdoB, PSOL, PCB, PR, PV e PROS, a tendência é de que o próximo prefeito seja de um dos partidos do primeiro campo, o tradicional.

De todos, só três podem dizer que já escolheram seus candidatos, como é o caso de Délio Malheiros (atual vice-prefeito) pelo PSD, de Sargento Rodrigues (deputado estadual) pelo PDT e Luis Tibé pelo PTdoB, do qual é deputado federal e presidente nacional. Nos outros, a indefinição é alimentada por disputa surda e muda, da qual o desentendimento e projetos pessoais (de futuro) atrasam o desfecho.

Mais desgastado, entre todos, por conta daquela crise acima, o PT entra sem ambições neste ano, mas para 2018, salvo contratempos judiciais, o governador Fernando Pimentel buscará a reeleição fora da capital. Outros dois competitivos, o PSDB e PSB podem ter candidatos próprios, mas estarão juntos no segundo turno. PMDB espera receber dois apoios de peso: do governador e do presidente substituto, Michel Temer, caso vá para o 2º turno. Como se vê, os tais grandes querem ganhar a prefeitura, mas estão buscando mesmo se fortalecer para as disputas de 2018, do Governo de Minas e da Presidência da República.

Disputa pela cabeça-de-chapa

Em notas sonolentas e burocráticas, o PSB do prefeito Marcio Lacerda e o PSDB do senador Aécio Neves divulgaram notas após encontros e desencontros improdutivos. Lacerda reuniu-se com Aécio na quarta (22) em Brasília; no dia seguinte, o prefeito encontrou-se com o ex-governador Alberto Pinto Coelho (PP), porta-voz dos aliados ao tucano, divulgando, em seguida, que não abre mão de candidato próprio (Paulo Brant, do PSB), mas que estaria aberto a receber apoios.

Ontem, foi a vez de Aécio reunir-se com seu grupo em BH; em seguida, o PSDB divulgou nota para dizer que seu nome é tucano (João Leite) e que também estaria aberto a alianças. Ambos, Lacerda e Aécio, querem a mesma coisa, com uma pequena e grave diferença: travam luta interna para indicar o cabeça-de-chapa, com o objetivo de ser, se vitorioso, o pai da criança.

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