Armados ou não, ataques a Kalil não surtiram efeito

28/09/2016 às 20:20.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:01

Encomendados ou não, os ataques consecutivos e pessoais ao candidato a prefeito estreante, Alexandre Kalil (PHS), não surtiram o efeito desejado, ao contrário até o ajudaram a ser o centro das atenções neste primeiro turno. Como disse aqui, no dia 28 de agosto, com seu jeitão desenfreado e polêmico, Kalil atraiu para si o fogo cruzado e um ambiente de conflitos do qual está acostumado a enfrentar como ex-dirigente de futebol.

Não se pode afirmar quem foi o autor da encomenda da campanha negativa ao candidato do PHS – presume-se que sejam rivais –, mas o tom adotado e o modelo de críticas só o ajudaram, fazendo o bolo crescer. Quanto mais bateram, mais ele cresceu. Em nenhum momento, caiu nas ditas pesquisas que nos levam a enxergar apenas dois cenários para domingo próximo (dia 2).

Primeiro, porque foram críticas velhas, no campo pessoal e, pouquíssimas vezes, no espaço programático do qual Kalil é extremamente carente. Apesar dos aborrecimentos, ele parece ter gostado do jogo político porque soube sair-se bem das faltas sem bola. Uns atacaram para tentar tomar seu lugar; outros pelo perfil de quem está ajudando a terceiros. Quem esteve à frente, como o líder das pesquisas, João Leite (PSDB), não fez ataques frontais, mas indiretos.

Fustigaram o segundo colocado por conta de dívidas e, a última, de empresário que faliu. Em ambos os casos, ele se colocou como cidadão comum, que, num ambiente, como esse, de crise econômica, reage como a maioria, correndo risco de quebrar, falir, atrasar as contas e até perder o emprego.

Se assim é, o candidato do PHS deverá apanhar mais hoje à noite, no último debate, e o de maior audiência, mas permanecerá sem ferimentos e deverá chegar testado, nesse quesito, no segundo turno. Se quisessem pegar o rival, os concorrentes teriam que atraí-lo para o campo no qual estão mais habituados do que ele, dos problemas da administração pública. A Kalil, não interessa essa discussão que, no segundo turno, será inevitável.

O segundo possível cenário da votação de domingo, uma hipótese tanto quanto fora da curva, seria a eleição do primeiro colocado no primeiro turno. João Leite encomendou duas pesquisas para esta semana, que foram registradas na Justiça Eleitoral, mas, por alguma razão, provavelmente desfavorável, decidiu não divulgá-las.

O que valerá no 2º turno?
A partir de domingo, nove dos 11 candidatos a prefeito saem, inevitavelmente, da disputa direta das eleições em Belo Horizonte, mas irão se articular, na finalíssima, ao lado de um dos dois duelistas. Pela reação do eleitorado, os apoios políticos terão importância reduzida nessa briga, como se viu até agora. O mais importante na campanha seguinte deverão ser os investimentos em propaganda, até o momento, escassos.

Dos 17 milhões permitidos, os candidatos não gastaram sequer R$ 5 milhões. Provavelmente, os grandes doadores, pessoas físicas donos de grandes empresas, deverão colocar a cara para fora. Nessas eleições, de acordo com as novas regras, em vez de CNPJ, será o CPF de cada um que ficará registrado na Justiça Eleitoral. Com a redução do número de candidatos, o risco de receber, amanhã, a Polícia Federal à porta será diminuído.

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