Será preciso uma Lava Jato nas delações da Lava Jato?

25/08/2016 às 20:18.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:33

Se a suspensão da delação premiada da empreiteira OAS provocou tanta polêmica e até indignação entre os sábios da lei, imaginem em nosso meio, leigo e ainda crente nas instituições? A decisão do procurador geral da República, Rodrigo Janot, tomada sob a influência de vazamento de nomes poderosos, põe em risco toda a operação feita até agora sob o codinome Lava Jato. Há cerca de dois anos, consumimos diariamente vazamentos de delações que sequer haviam sido homologadas pela Justiça. Agora, o procurador geral disse que isso contraria a lei.

É preciso que eles, os de notável saber, se entendam porque, se o país está sendo passado a limpo, não pode haver incoerência do tamanho que a decisão sugeriu. Se a delação do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro não serve mais por ter sido vazada - e pelo que se viu citou um ministro do Supremo Tribunal Federal (Dias Toffoli), ainda que sem indícios de delito -, como ficam as outras confissões? Vazamento, gotejamento ou delação, o que está valendo no mundo da lei, de sua interpretação e do foro privilegiado?

O ministro Gilmar Mendes (STF) soltou os cachorros contra o vazamento com o nome do colega, mas considerou normal quando divulgaram conversa telefônica da presidente afastada Dilma Rousseff com o ex-presidente Lula (ambos do PT). Reação semelhante envolveu a revelação dos áudios das conversas do ex-presidente José Sarney e do presidente do Senado, Renan Calheiros (ambos do PMDB), com o autor dos grampos, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, quando este ainda negociava confissão premiada. Vazaram até o pedido de prisão deles. Agora, antecipam que a delação da OAS deverá ir para o Paraná, onde só os sem foro poderão ser citados, com vazamento ou sem. Quem tiver o privilégio do foro e for mencionado volta para o conforto de Brasília.

Passamos dois anos, assistindo aos vazamentos divulgados, antes da homologação, com exclusividade pelo Jornal Nacional. As revelações do empresário Bené (Benedito de Oliveira) contra o ex-amigo e ex-aliado governador Fernando Pimentel (PT) foram igualmente publicizadas antes de aceitas pelo Superior Tribunal de Justiça. Desde que foi ventilada, alguém sentou em cima da tentativa de delação do ex-empresário mineiro Marcos Valério. Desse jeito, alguém poderá lançar suspeição sobre os atos de Janot ou do juiz federal Sérgio Moro. Ou então, podem até fazer uma Lava Jato da Operação de mesmo nome.

Assim começa a campanha de BH

A fase principal e decisiva da eleição municipal de Belo Horizonte começa hoje por meio dos programas de TV e rádio. O tucano João Leite começa na frente e, pelo recall (lembrança do nome) e da agregação política, deve crescer mais um pouco na próxima pesquisa. Mais do que ele, Alexandre Kalil crescerá pelo recall e pelo esforço de ter feito melhor o dever de casa pela internet. A partir daí, mesmo para quem não fez o dever de casa, irá prevalecer a capacidade de financiamento. Quem conseguir dinheiro, seja o da própria riqueza ou de padrinhos ricos, terá mais fôlego de crescer até a reta final. A falta de dinheiro começará a fazer a diferença daqui pra frente.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por