Vácuo põe Brasília sem norte e à mercê das especulações

25/01/2017 às 21:44.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:33

No vácuo deixado pela tibieza do presidente Michel Temer, ampliado pela perplexidade que tomou o Supremo Tribunal Federal (STF) após a trágica morte de um de seus ministros, Brasília voltou a navegar sem bússola nas águas tormentosas da crise. Por conta disso, todo mundo se arvora a apresentar soluções, perfil e nomes para suceder o ministro Teori Zavascki, apressar as homologações das delações da Odebrecht, entre outras pirotecnias, em torno de intensas especulações.

Alguns ministeriáveis dormem como fortes candidatos e acordam fora da lista. O nome do novo ministro é menos importante, nessa hora, do que a definição que dará a Suprema Corte sobre a condução da Operação Lava Jato: quem será o novo relator e se ele já assumirá com as homologações aprovadas. Muito provavelmente, haverá resistência do escolhido em aceitar herdar um prato feito. Se ele será o responsável, precisa ter o mesmo nível de conhecimento e compreensão do antecessor sobre os inquéritos.

Quanto ao novo ministro, Temer terá tempo de sobra, até para deixar a impressão de que é democrata, quando se sabe que, em matéria de poder, a solução é sempre centralizadora e presidencialista. Seria bom, no entanto, ouvir a sociedade, ainda que de maneira intuitiva, para não emplacar nome avesso à nova realidade brasileira.

O que o Supremo menos precisa, no grave contexto nacional, é de alguém que apareça com posições prontas e estabelecidas, como donos da verdade em uma sociedade em transformação. O país e a consciência nacional evoluíram, o que obriga as instituições e o direito a acompanhá-los, a estarem sintonizados com o que reclamam. 

Isso nada tem a ver com populismo ou política. Judiciário e outras instituições são feitas também para servir a sociedade e não o contrário. Além disso, a indicação para o Supremo tem como eixo o saber jurídico. Se o ilustre é contra o casamento tradicional ou de pessoas do mesmo sexo é melhor brigar por vaga no bispado ou papado, ou ainda, em governo de outro país, quem sabe, nos Estados Unidos.

Incerteza para todo o lado
Ainda ontem, voltaram a vazar informações que reforçariam a tese de cassação da chapa Dilma/Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que provocaria nova reviravolta. Até o nome do ex-ministro da Defesa e do STF Nelson Jobim (PMDB) reapareceu como ‘salvador da pátria’ em eventual eleição indireta, em caso de anulação da chapa vitoriosa em 2014, pelo Congresso Nacional.

Nova comunicação
Com o foco em 2018, e em realizar seu projeto de governo neste ano, o governador Fernando Pimentel decidiu incrementar a comunicação. Em vez de mudanças radicais, adotou modelo semelhante ao dos criticados antecessores, montando grupo que planeja e pensa o dia a dia do governador, sua agenda e realizações. Na prática ainda não houve mudanças, como se viu, por exemplo, no lançamento do programa novo de segurança pública, que, até agora, ficou só na mídia espontânea.

Placar do plenário
A Assembleia Legislativa retoma os trabalhos na próxima semana, com algumas novidades. Uma delas é que tem secretário licenciado que não quer voltar ao governo, mexendo na composição das bancadas e deixando suplentes ansiosos e angustiados.

 

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