Preservar o patrimônio: uma questão de educação cidadã

22/09/2017 às 16:29.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:41

Tenho pensado muito sobre o patrimônio comum de uma cidade. Na semana passada, realizei uma audiência pública para debater a utilização de nossos espaços públicos, como praças e parques. Sobre este tema já falei em artigo anterior. Hoje abordo sobre o patrimônio urbano, principalmente dos bens tombados, como prédios, monumentos, estátuas e locais como a nossa Pampulha. Participei ativamente de todo processo para que ela recebesse o título de Patrimônio da Humanidade e tenho cobrado e acompanhado as ações para sua preservação.

Mas, infelizmente, o que tenho observado é a falta de cuidado com nossos bens comuns. Recentemente, a tradicional estátua do tigre, na Praça da Estação, foi destruída, o histórico viaduto Santa Tereza, que foi recentemente reformado, já está todo pichado. Assim também vários prédios, estátuas e monumentos. Embora exista legislação contra os pichadores e vândalos, sei que é muito difícil, em uma cidade das dimensões de Belo Horizonte, pegar flagrantes para que a Lei seja cumprida.

Por isso, volto a frisar a importância da educação para construir na população um sólido conhecimento sobre a importância de preservar o patrimônio comum de uma cidade. Preservar é defender, conservar, resguardar, atitude de cuidado e respeito. Preservar é, também, dar relevância, destaque, importância, utilidade e publicidade. Por que preservar? Cada indivíduo é parte da sociedade e do ambiente onde vive e constrói, com os demais, a história dessa sociedade. Com isso, transmite às gerações futuras a história daquela localidade. A destruição dos bens herdados das gerações passadas acarreta o rompimento da corrente do conhecimento de uma época específica. É o caso da estátua do tigre na Praça da Estação, que foi totalmente destruída. Será que ela conseguirá ser reconstruída como anteriormente?

Assim, penso que o caminho é mesmo a educação para a cidade, que deve contribuir para preparar cada um para o exercício de convivência no espaço público. As Escolas precisam mostrar aos estudantes a necessidade de se ter um olhar coletivo e sensível sobre o patrimônio público. A educação também deve indicar que o trabalho de educar para a cidade envolve a adoção de uma postura de preservação do patrimônio público, uma meta a ser seguida em benefício de todos. Certamente, mais um momento importante para a educação na formação de cidadãos críticos, conscientes de seus deveres, bem como da valorização, respeito e promoção dos espaços urbanos que marcam as vivências do tempo.

  

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