Outubro Rosa: uma campanha em favor da mulher

06/10/2017 às 17:36.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:06

Quando chega o mês de outubro as instituições públicas e diversas empresas se iluminam de rosa e inúmeras pessoas utilizam laços cor-de-rosa em suas roupas, por ocasião da campanha Outubro Rosa. Trata-se de um período importante cuja finalidade é reafirmar o movimento mundial de conscientização e mobilização pela detecção precoce do câncer de mama.

A cada ano mais pessoas, empresas e repartições públicas se engajam nessa grandiosa ação. Mas não basta a iluminação de monumentos públicos. É preciso que as mulheres se sensibilizem e comecem o mais rápido possível a realizar o autoexame e a se cuidar precocemente. Esse movimento começou em 1990, em Nova York, Estados Unidos, quando o laço cor-de-rosa foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, desde então promovida anualmente na cidade.

Posteriormente, em 1997, entidades das cidades norte-americanas de Yuba e Lodi começaram efetivamente a comemorar e fomentar ações voltadas à prevenção do câncer de mama, denominando a iniciativa como Outubro Rosa. Somente em 2008 a campanha chegou ao Brasil, por iniciativa da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama – Femama.

Estamos falando de uma doença grave, que é a quinta maior causa de mortes no mundo. É bom lembrar que, para iniciar os exames preventivos, a mulher não precisa ter nenhum histórico familiar da doença. Ela tem que entender, apenas, que entre 50 e 69 anos é o período eleito pelos médicos para que seja feito o rastreamento, sem descuidar dos exames regulares.

É bem verdade que o câncer de mama é uma batalha que todas nós, mulheres, temos condições de vencer. Mas o governo precisa fazer a sua parte e promover urgentemente a reestruturação da saúde pública. A falta de estrutura médico-logística é um dos problemas que as mulheres enfrentam. Não há mastologistas suficientes nos hospitais e nas clínicas do Sistema Único de Saúde – SUS, e quando se precisa realizar exames de mamografia, ultrassonografia e ecografia é travado outro embate. Além de médica, tenho um filho oncologista e conheço muito bem essa triste realidade.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que, por ano, surjam 60 mil novos casos de câncer de mama no País, um número alarmante que precisa ser revertido o quanto antes. Se descoberta no início, a doença tem 95% de chance de cura. Só para se ter ideia, 25% dos casos de câncer em mulheres no mundo são de mama e, em 66,2% deles, é a própria mulher quem detecta os primeiros sinais da doença. Em 2013, último ano com dados disponíveis, 14.388 pessoas morreram de câncer de mama no Brasil, sendo 14.206 mulheres e 181 homens.

As mulheres ainda têm que conviver não apenas com o problema da doença em si, mas com a mutilação, o maior desafio. Atualmente, a legislação brasileira institui que a reparação do dano deva ser feita no ato da retirada do câncer, ou tão logo quanto for possível. E essa é uma decisão bastante positiva, haja vista os transtornos psicológicos que uma cirurgia como essa tem. 

Diante de um quadro extremamente preocupante, não podemos desanimar, mesmo sabendo que a saúde pública no Brasil não tem sido capaz de garantir um atendimento de qualidade ao seu povo. Ainda bem que nós, mulheres, contamos com alguns remédios poderosos: amor, carinho e vontade de vencer.

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