Entendendo nossos medos e fobias

28/06/2018 às 06:00.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:02

Administrar nossas fragilidades não é tarefa fácil. Acreditamos estar no controle da nossa vida, porém, na prática, não é isso que percebemos. Somos, muitas vezes, engolidos pelos nossos medos, inseguranças, vergonhas e outras emoções que nos tiram totalmente do comando, mostrando que, nosso controle, é apenas parcial. 

O medo é um legado evolutivo que nos permite prevenir e evitar ameaças, tendo em vista nossa sobrevivência. Na medida certa, ele nos protege, porém, quando ocorre de maneira exagerada, nos limita. Podemos dividi-lo em três: 

1) Medo subjetivo: Está diretamente ligado às emoções, muitas vezes são difíceis de serem compreendidos. Medo do julgamento alheio, de sair de uma zona de conforto (quando a mesma está ruim), da mudança (mesmo quando é notoriamente para melhor), do abandono e da rejeição. Esse tipo de medo é capaz de paralisar o indivíduo, fazendo com que ele desista de sonhos, oportunidades e se afaste das pessoas importantes. Está diretamente ligado ao sentimento de inferioridade, insegurança e baixa autoestima. 

2) Medo objetivo: São associados a situações que oferecem riscos à integridade física ou se mostram de forma direta: medo de avião, de dirigir, de se acidentar, de altura, de um determinado animal, inseto ou lugar. Quando esses medos se manifestam de maneira intensa e acompanhada de sintomas, temos as fobias. 

3) Fobia: São medos desproporcionais, irracionais e paralisantes. Espécie de pânico que ocorre acompanhado por um forte sentimento de angustia, ansiedade, tensão e com sintomas físicos como: palpitação, sudorese, tensão muscular, sensação de formigamento, diarreia, tonteira, fraqueza, podendo chegar até em desmaios. 

Existem inúmeras fobias catalogadas. Atualmente, muito se fala sobre a agorafobia, que inclui medo de espaços abertos ou de multidões. O agorafóbico teme multidões por medo de não conseguir sair do meio dela caso venha a se sentir mal. Às vezes nem precisa existir multidão, o medo pode incluir sair de casa, ir a shoppings centers, supermercados, bancos ou até mesmo na rua. É o oposto da claustrofobia, que inclui o medo de espaços fechados, pequenos ou apertados como elevadores. 

Apesar de se levar em conta a predisposição genética, a origem da fobia ainda não foi mapeada, contudo, os fóbicos tendem a apresentar alguns traços em comum: são pessoas que tiveram educação rígida e punitiva, disciplina excessiva e muita cobrança. Quando adultos, tornam-se preocupados, exigentes, perfeccionistas e inseguros. São regidos mais pelo estado de tensão e ansiedade do que pelo de relaxamento, por isso, passam a maior parte do tempo em estado de vigília. 

A melhor forma de tratar a fobia e o medo é através da psicoterapia. É analisando a causa que o indivíduo sai do próprio cárcere. 

Ao contrário do que muitos pensam, a terapia não tem a pretensão de acabar com o medo, mas sim de estimular a coragem. Desta forma, todos estamos aptos a avançar nesse quesito. Afinal, coragem não é a ausência do medo, e sim, o enfrentamento dele. 

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