Temas polêmicos da sexualidade

23/05/2018 às 16:18.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:13

“Meu ex marido só queria sexo comigo imaginando que eu era outra pessoa. Ele gostava de me chamar por outro nome e imaginar uma pessoa diferente de mim. No inicio, eu embarcava na onda dele, mas com o tempo, me cansei daquilo. Eu só queria ser eu mesma. Cheguei a conclusão que ele usava meu corpo para imaginar outra mulher”. 

“Minha ex-namorada sempre pedia para eu asfixia-la durante o sexo. No inicio até apimentava a relação, mas logo isso começou a me incomodar até me desestimular. Brochava quando ela vinha me pedindo isso”. 

“Eu tinha o desejo incontrolável de “encoxar” as pessoas no ônibus, em shows, onde tivesse muita gente junta. Comecei a me policiar e consegui controlar isso. De vez em quando sinto a vontade voltando, então fico sem sair de casa. Volto a sair quando essa vontade passa”

No campo privado do sexo, o que é excitante para uns, às vezes, é inimaginável para outros. As fantasias, por exemplo, são práticas que aguçam o desejo de muitos. Ocorre com o consentimento de ambos, mas nem sempre sai do imaginário, muitos se contentam só em pensar ou falar, outros chegam a executar, porém de forma esporádica. Alias, essa é uma característica da fantasia, ele é facultativa, e não obrigatória. 

A coisa se complica quando sai do campo da fantasia e vai para a parafilia–práticas compulsivas que se distanciam do comportamento sexual convencional. Impulsos intensos e recorrentes que se tornam preferência exclusiva sem o qual o indivíduo não consegue sentir prazer. Alguns exemplos:

– Asfixiofilia: é a intensificação do prazer através da privação do oxigênio do parceiro. É comum o uso de sacos plásticos ou técnicas de luta chamada “estrangulamento”. 

– Froterismo: A palavra “frotteurismo” deriva do francês “frottage”, que significa friccionar. É a excitação que acontece friccionando o orgão sexual em outra pessoa que não consentiu. Geralmente isso ocorre em locais públicos ou espaços apertados como ônibus, metrôs, shows. 

– Fetichismo: é a excitação por meio de objetos: roupa íntima, sapato de salto, botas. 

– Masoquismo: é a obtenção do prazer através da dor. 

– Sadismo: é o prazer em provocar dor, seja através de agressões físicas ou até o não consentimento na realização da prática. Um sexo forçado, por exemplo. 

– Transtorno transvéstico: é obtenção de prazer vestindo roupas do gênero oposto. 

– Urofilia: é a excitação sentida ao receber ou dar um jato de urina durante o ato sexual.

– Voyeurismo: observar, à distância, pessoas nuas ou praticando sexo. 

– Pluralismo: é o prazer através do sexo com mais de uma pessoa ao mesmo tempo. 

– Hipererotismo: é chamado no homem de satiríase e na mulher de ninfomania. Trata-se de pessoas que tem vontade incontrolável de manter relações sexuais. A falta de controle é o que determina a compulsão e não simplesmente o desejo. 

Tratar a parafilia não é tarefa fácil. É necessário um trabalho terapêutico profundo para tentar descobrir a sua origem. Contudo, pessoas com esses comportamentos, dificilmente buscam tratamento espontaneamente. Só o fazem quando há prejuízos emocionais, com o(a) parceiro(a) afetivo(a) ou em sociedade. Se não tratada, a tendência da parafilia é se intensificar ao longo da vida. 

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