A condenável mania do dedo do meio

08/09/2017 às 18:09.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:28

Que o trânsito das nossas ruas está longe de ser um oásis de solidariedade e cumprimento das regras é algo que qualquer motorista com um mínimo de experiência sabe. O que chama a atenção cada vez mais é a capacidade que algumas pessoas ao volante (ou ao guidão) têm de se transformar completamente, esquecer os bons modos fora do veículo e passar dos limites ao tentar defender comportamentos errados. Não sou psicólogo, mas fico tentando imaginar o que se passa na cabeça de alguém que desrespeita uma lei de trânsito e, quando questionado pelos demais, responde, por exemplo, mostrando o dedo do meio.

Sim, se você ainda não passou por uma situação assim, prepare-se, porque é questão de tempo. Um carro te corta pela pista da direita e, basta uma buzinada ou piscada de farol para demonstrar indignação e... dedo do meio. Alguém faz uma conversão em local proibido, outro reclama (com razão) e... dedo do meio. Fila dupla, mudança de faixa não sinalizada,  insistência em andar devagar pela esquerda ou aquele ritmo de tartaruga com preocupação apenas no celular e... bom, você já sabe.

Até onde consta, está aí gestual que não se ensina nos Centros de Formação de Condutores, muito menos faz parte do arsenal de sinais que são usados para indicar alguma manobra, ou intenção. Talvez mostrar o dedo seja realmente mais fácil do que andar na linha (ou admitir que se erra), mas impressiona a quantidade cada vez maior de condutores (homens e mulheres, que fique bem claro) que abrem mão de qualquer preocupação com o outro para despejar sua ira injustificável. Sinal claro de que estamos longe de viver em um país em que valha a pena acreditar. Afinal, o que não pode fazer alguém que é capaz de tanto por tão pouco?

Enquanto isso, continua-se a praticar todo o tipo de abuso nas ruas e estradas como se nada fosse. E até onde consta, esses estressadinhos não têm procuração legal para dirigirem como bem entendem, muito menos são mais donos das vias do que os demais. Talvez fosse o caso de mostrar a eles outro dedo: o da lei. No dia em que a fiscalização for realmente eficiente para identificar e coibir abusos, aí talvez motoristas e motociclistas se preocupem mais em fazer a sua parte e menos em insultar os demais. Um dia, quem sabe...

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