Genebra, na Suíça, sedia até dia 19 a 87ª edição de seu salão internacional do automóvel, um termômetro importante da força da indústria, seus desafios e propostas para os próximos anos. Pois se os números do mercado brasileiro seguem preocupantes e com pequena perspectiva de recuperação, alguns países europeus batem recordes de emplacamentos, o que não quer dizer que o temor de uma crise esteja de lado. E felizmente, ainda que com alguns ajustes e adaptações, boa parte do que aparece por lá acaba, mais cedo ou mais tarde, dando as caras por aqui.
Será assim com o Peugeot 3008, que não era novidade, mas recebeu, na mostra, o prêmio de Carro do Ano’2017. Também com o Range Rover Velar, SUV lançado para ocupar o espaço entre o Evoque e o RR Sport e, muito provavelmente, com o Mitsubishi Eclipse Cross, falando em modelos, por assim dizer, mais acessíveis.
Sim, porque a mostra não está sendo de pequenos, compactos e populares, longe disso. Tradicionalmente o espaço é dominado por esportivos (agora os super e híper, com relação peso/potência digna de F-1), muitos deles destinados apenas à diversão nas pistas, caso do EF7, concebido pelo estúdio Pininfarina em parceria com Emerson Fittipaldi para ser curtido por quem pode.
Diversão, felizmente, ainda é a palavra de ordem. Se várias montadoras exploram a questão da direção autônoma, por enquanto ela ainda aparece em segundo plano – seja com protótipos sem apelo, a não ser a praticidade, seja na forma de simuladores de realidade virtual. Os carros de Genebra não são, nesse aspecto, diferentes dos que estamos acostumados. Trazem a ajuda cada vez maior da tecnologia, interagem com o ambiente, mas ainda dependem (e muito) de quem vai ao volante. E apelam para aspectos subjetivos que devem, e podem continuar fazendo a diferença: design, cores, combinações, desempenho. Ao menos por enquanto não é o caso de se preocupar, já que o futuro breve do automóvel será apenas de evolução, não revolução. Melhor assim.
Passageiros especiais
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