Eu fiz, e recomendo

17/02/2017 às 21:37.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:35

Na coluna da semana passada, falei sobre alguns dos vícios mais comuns ao volante e de como boa parte deles não é tratada pelos Centros de Formação de Condutores. O candidato à habilitação aprende o básico, mas acaba não sendo alertado sobre comportamentos que levam a maior consumo de combustível ou menor segurança na direção – no que diz respeito à legislação, a leitura do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) pelo futuro condutor deveria servir não só para decorar o que pode cair na prova, mas para ter a noção exata do que pode e não pode ser feito nas ruas e estradas.

No caso das duas rodas, o fenômeno talvez seja ainda mais grave, considerando a situação a que está exposto quem vai ao guidão, e o fato de ser, também ele, parte do veículo – sua posição e o deslocamento do peso corporal, por exemplo, interferem diretamente na dinâmica dos movimentos e nas reações da máquina.

Lógico que boa parte desses fenômenos é tratada nas aulas teóricas e práticas de condução, mas me arrisco a dizer que não chega à metade dos conhecimentos necessários para interagir com a moto da maneira correta, e tanto mais quanto são maiores a cilindrada, as dimensões e o peso.

Digo isso depois de ter participado de um curso de dois dias ministrado pelo instrutor e piloto Hélder Shad, no Megaspace, na Grande BH. Embora estivéssemos um traçado usado para corridas e trackdays e houvesse a opção de desenvolver a técnica em altas velocidades, meu objetivo não era esse, e sim entender a ação das forças da física, a dosagem exata da frenagem, a hora e o jeito de inclinar o corpo, de aproveitar melhor o que a mecânica tem a oferecer. Tudo com a ajuda de um olhar experiente, das filmagens que ajudam a identificar os erros, da tentativa e erro até que os movimentos e conceitos fiquem naturais.

Eu até poderia entrar em detalhes aqui, mas seriam tantos que exigiriam algumas outras colunas. O que posso dizer, com certeza, é que faz diferença na prática do dia a dia, e não só com motos maiores, já que os princípios são os mesmos. Tanto mais agora que as motocicletas médias (entre 250cc e 500cc) se tornam cada vez mais presentes nas ruas e trazem dispositivos como o ABS ou a distribuição automática da frenagem entre os dois eixos – e contam com potência e torque nada desprezíveis.

E tudo bem que há seu custo, que não é um investimento qualquer, mas pode ser tão ou mais válido que o capacete mais moderno ou o vestuário de proteção adequado. E algumas montadoras (especialmente a Honda) oferecem seminários e cursos do tipo em seus centros de educação para o trânsito, vinculados às concessionárias. Me arrisco a dizer que uma preparação do tipo é capaz de separar os motociclistas dos motoqueiros. Se você quiser uma ideia melhor do que é esse tipo de curso, confira o vídeo que preparamos no canal Seminovos BH Notícias no YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCrhmIPac-bbmsoAGUsMVzoQ.

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