Manutenção de veículo, para boa parte dos proprietários, é como ir ao dentista: só quando a coisa aperta, especialmente quando vence o prazo de garantia ou o plano de revisões da fábrica com custos “mais em conta”, se é que dá para falar assim. Bem verdade que cada vez mais motoristas, homens e mulheres, se preocupam com o básico – fazem a troca do óleo lubrificante quando recomendado, mantêm os pneus calibrados e conferem o fluido do arrefecimento, mas trata-se apenas da ponta do iceberg.
Há muito mais coisas envolvendo a durabilidade e o perfeito funcionamento dos componentes, algo tão mais importante agora, quando a ordem é pegar estrada rumo a um destino de férias. Estamos falando de um uso completamente diferente do que estamos acostumados no para e anda do trânsito das grandes cidades, em que as velocidades são bem menores e os riscos teoricamente também.
E ainda que seja chato e tome algum tempo, bem reza a sabedoria popular que é melhor prevenir do que remediar. Não só ficar parado no meio do caminho à espera de uma assistência que muitas vezes não se sabe de onde vem – nem todas as rodovias são administradas por concessão e contam com serviços de reboque e remoção – é experiência das mais desagradáveis, como também não é nada bom descobrir, tarde demais, que os pneus passaram da faixa ideal de utilização ou as pastilhas de freio estão fazendo hora extra. E vai que chove, coisa mais do que normal no nosso verão tropical?
Por essas e outras é que valem alguns cuidados importantes, boa parte deles sem exigir habilidade de mecânico. Checar a profundidade dos sulcos na banda de rodagem dos pneus, por exemplo (deve ser igual ou maior do que 1.6mm). Basta verificar se o TWI, um indicador de desgaste máximo, não está aparecendo. E é sempre bom lembrar que a calibragem ideal varia de acordo com o peso transportado – com família e bagagem a coisa muda, o que pode ser checado no manual do proprietário.
O estado das palhetas do limpador de parabrisa também deve ser verificado: se ressecadas ou quebradiças, elas não cumprem a função de escoar a água e garantir a visibilidade. Manter o reservatório de água cheio também é fundamental. Assim como conferir o nível do óleo, já que são normais pequenas perdas ao longo do tempo de uso – não vazamentos maiores. Olho também no funcionamento de faróis, lanternas e piscas, já que ver e ser visto é indispensável nas estradas.
E aí vem a parte que depende de um mecânico ou borracheiro: fazer o rodízio periódico dos pneus, avaliar o desgaste dos freios e o tensionamento da correia dentada ou sinais mais específicos de problemas que exijam troca de peças, reapertos ou ajustes. No que diz respeito ao veículo, o checklist está mais do que suficiente para garantir uma viagem tranquila. O “resto” é com quem está ao volante. Um feliz 2017 a todos...