Para não perder a esperança

04/08/2017 às 15:21.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:55

Na atual conjuntura, acreditar na lisura e na competência daqueles que nos representam se torna cada dia mais difícil, tendo em vista tudo o que se lê, descobre e investiga. E cada vez mais ficamos estarrecidos ao ver que quem deveria ter o bem comum como propósito muitas vezes está mais preocupado com os próprios interesses, isso quando não age de forma corporativa, defendendo os pontos de vista do grupo econômico e social a que pertence. Propostas que realmente façam a diferença no dia a dia do cidadão, infelizmente, são poucas, e se perdem na mediocridade geral de nossos parlamentares, que preferem homenagear personalidades com nomes de logradouros ou conceder títulos honoríficos.

Por essas e outras que uma parlamentar em especial me chamou a atenção, considerando que aqui estamos falando de veículos e de tudo o que os cerca. Confesso que nunca havia ouvido falar da deputada federal Mariana Carvalho, do PSDB de Rondônia, em sua primeira legislatura no Congresso. Uma olhada na pauta da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados revela sensibilidade da parlamentar para questões cada vez mais importantes em um trânsito que caminha para o caos e a barbárie caso não seja disciplinado devidamente. E preocupação com os novos tempos e a evolução dos veículos e do perfil de quem os usa.

Pois a deputada resolveu reapresentar projeto de lei (mais precisamente, o PL 7.502/17), que prevê a mudança do Código de Trânsito Brasileiro com uma medida simples, mas que poderia trazer harmonia e compreensão bem maiores na correria de nossas ruas. Sugere a representante rondoniense que os automóveis dos motoristas que circulam com a primeira habilitação (a provisória, com validade de 12 meses) trafeguem com um adesivo verde, com 15cm x 15cm no vidro traseiro e a letra P em destaque, tal como ocorre em países europeus. O que provocaria (na teoria, claro), reações semelhantes às de quando nos deparamos com carros de auto escola – mais paciência, distância e a compreensão de que erros de principiantes são previsíveis.

Em outra proposta (o PL 7.746), ela sugere a criação de uma subcategoria para a Carteira Nacional de Habilitação categoria A (motos), específica para os modelos com câmbio automático – notadamente os scooters. E justifica com o fato de que este tipo de veículo é cada vez mais popular e usado de forma utilitária, especialmente por mulheres. Que não têm a pretensão de subir para máquinas de cilindrada maior, com a transmissão tradicional. Seria um processo mais simples e rápido. Ambos os projetos dignos de elogios. Mas que, infelizmente, são exceção à regra e também correm o risco de atolar na lenta tramitação do nosso Legislativo. Talvez um dia a gente aprenda...

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