Seminovo: vale o quanto se pede?

02/06/2017 às 19:54.
Atualizado em 15/11/2021 às 17:18

O mercado de veículos segue com números distantes dos que registrou nos tempos de vacas gordas – tanto mais o de novos do que o de seminovos e usados – embora com os primeiros sinais de recuperação. É irreal, no entanto, esperar que a farra das vendas fáceis se repita, considerando que dificilmente aquele cenário positivo se repetirá. Aliás, nem é preciso ser especialista em economia para entender que a recessão que vivemos se deu, em boa parte, pela falta de prudência do empresariado que, em meio aos ventos favoráveis, passou a investir e pensar em um crescimento que dificilmente se sustentaria para sempre. Foi um tal de fábricas novas, contratação de pessoal, aquisições e ousadia mas, quando a maré virou, vieram os efeitos contrários: dispensas, férias coletivas, planos abortados. Uma das consequências de tudo isso é a oferta ampla de seminovos, o que teoricamente faria os preços caírem – aquela lógica do "melhor vender por menos do que ficar com o ativo parado". E uma das perguntas que mais ouço é justamente "quanto posso pedir pelo meu carro?". Apesar de mais de uma década anunciando todo o tipo de modelo e convivendo com proprietários e compradores, a resposta não é das mais simples. Depende, diria eu.Existe, é verdade, uma grande e válida referência, que é a tabela publicada mensalmente pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), considerando a depreciação média, o cenário econômico, a possível inflação/deflação. Como ponto de partida, para dar uma primeira ideia, é o caminho a seguir. Só que já ouvi gente dizendo que, nos tempos atuais, o ideal é pedir "tabela Fipe menos 10%", como tem quem consiga mais do que o preço sugerido. A compra de um seminovo é cada vez menos ciência exata – como toda e qualquer negociação de um bem durável, as duas partes podem conversar e ceder um pouco. E a tabela não leva em conta uma série de fatores, como o valor pago pelo automóvel ou moto (que, por conta do frete, muda bastante do Rio Grande do Sul ao Acre), a quilometragem, a necessidade iminente de troca de componentes (pneus, óleo e filtros, bateria, pastilhas de freios), o histórico específico de cada modelo. Assim como a pressa do proprietário em fazer negócio (quanto antes ele precisa do dinheiro, maior a possibilidade de abrir mão do valor original). A lógica sugere desconfiar do muito barato, assim como fugir do muito caro. Nessa hora, o recomendado é acompanhar os preços médios pedidos (o chamado "valor de mercado"), pedir a ajuda de um mecânico de confiança ou de alguém que esteja a par da realidade do mercado.




 

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