Será que começamos a aprender?

17/02/2018 às 00:22.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:24

Para muita gente 2018 começa agora, depois que terminou a folia – e, aliás, é impressionante ver como Belo Horizonte, no espaço de pouquíssimo tempo, se transformou do marasmo habitual em um dos destinos mais animados do Carnaval. O que trouxe mudanças em vários aspectos, um deles o trânsito e, logicamente, o comportamento dos motoristas, numa época que é sinônimo de aumento no consumo de bebida alcoólica. Antes de mais nada, valeu a iniciativa de criar uma linha especial de ônibus ligando as áreas mais animadas da festa (notadamente o Centro) com acesso gratuito e intervalos reduzidos. Pena que, no arremedo de Metrô que temos, o comportamento dos passageiros não foi o mesmo, mas foi a prova, se é que ainda falta, de que onde há transporte público que funciona, o carro pode sim ficar em casa. E se não por coincidência um aplicativo de transporte de passageiros era um dos patrocinadores oficiais da folia, não só ele, mas também os concorrentes tiveram movimento caprichado e procura ininterrupta. Quem quis carregar a fantasia pelos blocos teve todas as opções disponíveis – ao menos em grandes eventos fica claro que há espaço para todos, tanto mais se as operações forem devidamente regulamentadas. Claro que ainda é utópico pensar que a população passou por uma onda de bom-mocismo e decidiu não arriscar apenas com medo de fazer besteira ou pela chance de curtir com a consciência tranquila. Lógico que muita gente entendeu que bebida e direção não se misturam e nem cogita a possibilidade. Mas é ainda mais lógico que o temor de ser flagrado em uma blitz, pagar uma multa (justamente) astronômica e até mesmo ser detido serviu como principal freio – mesmo sem os dados oficiais pode-se dizer que, em termos de ocorrências, o período foi bastante tranquilo para a multidão que ganhou as ruas. Tomara que, silenciados os tamborins e de volta à vida rotineira, sigamos motivados a dar o bom exemplo e fazer o que pede a lei, concorde-se com ela ou não.  Se ainda não somos maduros o suficiente para aprender culturalmente – basta ver o uso do celular e outras barbaridades que se propagam ao volante ou ao guidão –, que pelo menos mudemos nossa conduta obrigados por uma lei rígida que não dá margem a interpretações. Como o uso do cinto, um dia acaba sendo tão natural que nem nos daremos conta. Lógico que quanto mais incentivos e opções de transporte melhor. Mas que fique cada vez mais claro que o samba é no pé, não precisa ser sobre rodas. 

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