Sobre câmbios, opções e vantagens

30/03/2018 às 18:21.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:06

Speedshift, S-Tronic, Dualogic, Easy-R; os nomes são variados, mas os sistemas automáticos e automatizados de câmbio cada dia mais comuns nos modelos à venda no Brasil. Uma tendência favorecida pela evolução deste tipo de transmissão mas, principalmente pela comodidade que muitos motoristas enxergam em não ter que mudar as marchas constantemente no para e anda das grandes cidades. A bola da vez, especialmente nos modelos menores, são as caixas CVT – mecanismo popularizado nos ciclomotores e que funciona também sobre quatro rodas, com duas polias metálicas e uma correia se encarregando de alterar a relação e a força jogada às rodas motrizes.

O curioso, no entanto, é o recado que vem do maior mercado do planeta. Os norte-americanos cresceram acostumados às famosas letrinhas e números (P, R, N, D, 1, 2), ignorando solenemente a famosa alavanca com a grade em “H”. Me lembro da atendente de uma grande locadora ao mostrar o galpão da empresa repleto de marcas de batida e pilastras descascadas: “isso acontece toda hora, é o pessoal que não está acostumado ao câmbio automático e sai dando pinotes até entender como funciona”. Na época, boa parte deles brasileiros, então pouco afeitos à necessidade de deixar o pé esquerdo parado no canto.

Pois os americanos ­– e as montadoras que vendem para eles – começam a descobrir cada vez mais e se deliciar com as possibilidades de controlar o desempenho do carro com a mão direita, sem borboletas atrás do volante ou letrinhas. Nessa semana, no Salão de Nova York, a Toyota fez questão de deixar claro que oferecia uma versão com transmissão do novo Corolla Hatch... para enfatizar o aspecto esportivo do modelo.

Aí você pode perguntar: mas um ou outro sistema é melhor, mais eficiente? Seria o caso de gastar o espaço de umas três colunas para explicar vantagens e desvantagens de cada um, mas não há câmbio perfeito, ou ideal. Os manuais costumam apresentar maior economia de combustível (algo já rivalizado pelos CVT), mas há a presença do pedal de embreagem, a possibilidade de erro humano, a mão de obra constante que não agrada a todos. Por outro lado, automáticos e automatizados são mais cômodos, dispensam a intervenção do motorista, costumam ter manutenção mais espaçada mas... ainda há os engasgos, a sensação de que a marcha mais leve ou mais pesada já devia ter entrado, o desgaste maior dos freios (é natural que a ausência do pedal da esquerda leve o motorista a apelar para o do meio). Sem contar o custo mais alto na hora da compra.

Qual deles é o ideal? Essa é uma resposta que deve ser dada por você mesmo. De acordo com suas preferências, objetivos (mais performance, mais economia) e gostos. E a experiência com uns e outros, mesmo que em um breve test-drive. Opções, ainda bem, não faltam.

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