Tecnologia é bom, mas... (II)

25/05/2018 às 14:07.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:16

 Na semana passada eu aproveitei esse espaço para falar da tecnologia nos automóveis e de como ela ainda pode ter uma face negativa – o exemplo veio de investigações nos Estados Unidos sobre incidentes, inclusive fatais, ocorridos por inalação de monóxido de carbono de motores que deveriam ter parado de funcionar com a função Start/Stop acionada. Há casos tanto de esquecimento (e aí os computadores e sensores nada fazem para resolver o problema) quanto do não acionamento, apesar de o botão ter sido pressionado.

Há outro aspecto que é importante lembrar que felizmente não põe vidas em risco, mas pode trazer dor de cabeça e prejuízos em excesso e interessa especialmente a você, dono de um carro que dispensa a boa e velha chave, trocando-a por um dispositivo eletrônico que, por proximidade, não só proporciona o destravamento das portas como permite o acionamento do veículo.

Muito cômodo, interessante, ajuda nos SUVs maiores e mais modernos a abrir a tampa do porta-malas apenas passando uma das pernas sob o parachoque, ou até mesmo fazer com que os ajustes de posição do volante e dos assentos sejam feitos automaticamente, acionar o sistema multimídia com todas as preferências memorizadas. Conforto e comodidade inquestionáveis, algo que ajuda inclusive a justificar os nada baixos valores cobrados por tamanhos avanços.

Mas, como nem tudo é perfeito, é cada vez maior o número de relatos (especialmente nos Estados Unidos e Europa) de carros levados pelos amigos do alheio sem qualquer dificuldade e sem mesmo precisar encostar neles para garantir o acesso ao interior. Existem por aí dispositivos eletrônicos capazes de identificar a frequência usada, cloná-la e fazer com que as fechaduras se abram e o botão de partida seja acionado como se ao comando estivesse o proprietário.

As montadoras garantem investir pesado para contra-atacar e garantir um nível cada vez maior de proteção e invulnerabilidade, mas os casos continuam ocorrendo com modelos recém-chegados às ruas. E os ladrões imediatamente desativam a localização via GPS para não deixar rastros e impedir a recuperação.

Algo que valeu inclusive vídeo no canal do Seminovos BH Notícias no YouTube (no <CF23>goo.gl/RSpj8m</CF>). E que preocupa por deixar os proprietários ainda em situação desprotegida – o que há por enquanto é a simples recomendação de deixar o controle/chave no interior de uma caixa de metal, de preferência com chumbo, para impedir a identificação do sinal. O que não deveria ser o remédio para se ter noites de sono tranquilas ao se pensar num sonho de centenas de milhares de reais sobre rodas. E isso porque eu nem levei em conta a possibilidade de hackers intervirem nos sistemas de aceleração e controle dos veículos remotamente, que também é séria. Por essas e outras é que a tecnologia é bem-vinda, mas com os devidos cuidados.

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