Em tempos de muita angústia, provoca também por uma economia instável e uma sociedade de contradições sociais marcantes, o ânimo para sorrir, para muitos, pode ter ficado no passado. Idosos em asilos, enfermos em hospitais, dentre outros tantos que sofrem, de uma forma ou de outra, contam com o apoio de iniciativas não-governamentais, sem finalidade lucrativa, que estão espalhadas por Minas Gerais, levando atenção e amor a quem precisa. E olha que quem doa acaba ganhando muito mais.
Tendo como lema “riso para todos”, o Instituto HAHAHA cumpre com excelência o seu papel de brincar, encenar e alegrar, mas também despertar o que faz viver, provocar reflexão, relativizar situações e levar um olhar mais amplo da saúde para hospitais públicos da capital mineira. É isso o que vêm fazendo o Instituto HAHAHA, organização cultural não governamental sem fins lucrativos, criada em Belo Horizonte em 2012, composta por palhaços profissionais.
Ao acolher crianças com a vida fragilizada, os palhaços do HAHAHA defendem uma prática em que cuidar é tão importante quanto curar. Os efeitos positivos podem ser vistos nos cinco hospitais públicos de Belo Horizonte, onde os artistas realizam intervenções cênicas contínuas, com algumas das quais promovendo verdadeiras transformações.
Na ótica dos palhaços do Instituto, é preciso também improvisar diante dos limites impostos pela doença. E para que haja o improviso, é preciso muita preparação e estudo. É por isso que os atores fazem questão de trazer à tona a necessidade de uma boa formação artística, aliada à dimensão humanitária desse tipo de arte.
“Desde o primeiro momento em que entramos no hospital, começamos a lidar com o imprevisível. Esta instabilidade nos obriga a criar saídas a todo o tempo. Por isso, nos dedicamos a uma formação continuada que nos prepare para responder integralmente às exigências deste fazer artístico, cujo maior compromisso é levar às crianças uma experiência artística de alta qualidade”, explica Eliseu Custódio, coordenador do Instituto HAHAHA.
Cada leito é uma janela para o mundo de alguém. Um trabalho tão visceral de entrega permitiu ao Instituto HAHAHA o reconhecimento pela Prefeitura de Belo Horizonte como entidade de utilidade pública. Tão valioso quanto um prêmio é o fato de que quase 90% das crianças hospitalizadas pedem a volta dos palhaços, de acordo com pesquisa feita com o Instituto Fonte. Desde 2013, o grupo também está registrado no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Belo Horizonte (CMDCA-BH).